sábado, 25 de julho de 2009

Torneios AK Hold´em Club - Araraquara

Recebendo um fantástico convite, e a coragem, do grande amigo Edson Scobby, arbitrei (isso mesmo! Nada de estágios! ARBITREI!) o 1° e 2° torneio AK Hold´em Club em Araraquara. De forma geral os torneios correram tranquilamente e agradeço a todos pela paciência, participação e apoio! E pelos litros de leite que todo mundo levou junto com a inscrição!

Para a galeria de campeões, registro os dois campeões do primeiro, e segundo torneio, respectivamente:

- Marcel Heimar
- Silvio Shiroma

Sem muitas histórias, ou nenhuma história, mas está aqui registrado os torneios!

(posteriormente, tentarei achar a classificação dos dois torneios! E para não passar em branco, consultem - eu garanto!: http://exclamasanca.blogspot.com/2009/06/2-torneio-ak-holdem-club.html)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Inter Clubes 2009

"O cinema é um modo divino de contar a vida." (Federico Fellini)


Notícia de última hora! Matão é 3° lugar no Inter Clubes Paulista de Xadrez!
É, está certo... Não foi engraçado.
Pois é: cá estamos mais uma vez: desatualizados e, como começo acreditar, cada vez mais “desatualizantes” (o Word não reconheceu a palavra.)

Não podemos reclamar muito, pessoal. O mundo é isso: a novela da Record continua jogando cada vez mais mutantes na tela – a última que eu vi: um deles era o “derradeiro sobrevivente da cidade de Atlantes” e acabava tendo a Pedra Filosofal – é, eles tinham a Pedra Filosofal! – roubada (!) na escola (!!) onde estuda (!!!.); o time do Santos não segurou o Corinthians do Ronaldo (é complicado. Dou o braço a torcer: ele acaba pesando na balança); a Matonense se classificou para a 2° fase da A2 do Campeonato Paulista; O Michael Jackson morreu – e havia ingressos para o funeral. Aliás, agora as músicas dos Beatles voltaram para o Paul?!; Theo Beck(er) é o “maluco” do momento: Andressa, volta para ele!; Alguma Guerra importante fez 100 anos e será lembrada nos Vestibulares (que estão mudando). Dica: O Homem pisando na lua, logo, Guerra Fria!; O presidente, ou não, de Holduras, continua passeando por aí; tivemos mais uma continuação do Exterminador do Futuro (que só vai acabar quando aquilo tudo virar verdade... DE VERDADE). E é aí que eu queria chegar: cinema, ficção. Quem disse que a arte imita a vida?! Não seria a vida que imita a arte?!

Portanto, deixando aqui uma singela homenagem a sétima arte, vamos tentar fazer um flash-back sobre o que foi (ou deveria ter sido) o

CAMPEONATO PAULISTA INTERCLUBES 2009.
- 28 de fevereiro e 1 de março (na Hebraica)
- 7 e 8 de março (no Esporte Clube Pinheiros)

Roteiro: Leonardo Vivaldo
Diretor de fotografia: Herman Claudius
Diretor de Arte: Fernando César Frare
Figurino: Felipe El Debs
Direção: Christian
Efeitos Especiais: Fernando Arrais
Edição: Eduard Marra de Tesoura
Produção: Mário Biava


Prólogo
A história começa com Fernando Frare e Leonardo Vivaldo dentro de um ônibus rumo a São Paulo. Eles pensam no curioso fato de dois “débeis mentais” (Vivaldão e El Debs) estarem esperando eles lá em SP. Contudo, durante as quase 5 horas de viagem, se deparam com a realidade: trabalho, faculdade, família, 5 horas de ônibus, trânsito, stress, fome, sono: eis o mundo em que resolveram entrar por livre e espontânea (de) pressão (?)... Em fim: quem eram os verdadeiros débeis?!

(nota: chegando no metrô República eles se deparam com a mesma cena do ano anterior: estavam quebrando, no mesmo lugar, com as mesmas britadeiras, e o mesmo som ensurdecedor, o mesmo piso do metrô. Ou é a reforma de piso mais longa da história do metrô ou eles estavam entrando em De Volta para o Futuro. Nem uma nem outra coisa: bem-vindo ao prefeito Kassab*.)
* essa foi explicitamente para o Vivaldão



1° Rodada: Além da linha vermelha

1 Aramaçan A 2.5 x 1.5 Pinheiros A
2 ATC 2 3.0 x 1.0 Iniciantes
3 Circulo Militar "A" 0.5 x 3.5 Clube de Xadrez de Matão
4 CXS A 3.5 x 0.5 CXS B

Del Bosco 0.5 x 0.5 L. Vivaldo
El Debs 1 x Charles Man de Toledo
Da Mata 0 x 1 F. Vivaldo
F. Frare 1 x Cléber Holanda

É isso. Começou a “bagaça”. Ouvem-se os tiros e os Sargentos gritam: GO, go, go, go! RUN, RUN! Fire in the hole! Fire in the hole!

Não tinha mais volta: já estávamos Além da Linha Vermelha.

O batalhão era composto por:

Soldado raso Leonardo “Ryan” Vivaldo (todo mundo podia matar uns alemães e voltar para casa e pronto. Acabou a Guerra e você é um feliz veterano atormentado, morando numa casa de cerca branca numa cidadezinha do estado de Massachusetts, acordando no meio da noite com os gritos de seu companheiro que foi morto ao seu lado, e teve as tripas caindo para fora, mas não: todo filme de Guerra tem que ter sempre um idiota para complicar as coisas. No caso aqui o idiota sou eu: “Vai lá, Ryan e fique segurando a ponte contra os tanques e a infantaria Alemã. O quê?! Relaxe... Os reforços chegarão a tempo!).

Segundo Tenente Felipe El Debs (todo filme de guerra tem sempre um estrangeiro que ajuda os mocinhos americanos – tem os “carcamanos”, os “tchiacanos” e, neste caso, temos a força árabe. Especialista em explosivos: é o homem bomba do grupo.)

Primeiro Sargento Fernando Vivaldo (o Sargento, que é sempre o melhor amigo do Capitão e despreza os outros soldados, tem sempre duas possibilidades no filme: ou ele morre numa “morte honrada”, salvando metade do pessoal, ou ele vive para dizer “O Capitão era um grande cara”. Ou nada disso também...)

Capitão Fernando César Frare (o capitão é o cara que fica lá atrás e manda os outros correrem... Até alguém bater continência para ele e ele acabar tomando um tiro na cabeça.)

Para um começo, nada mal: saímos praticamente sem baixas: 3,5 a 0,5. Claro que o Ryan meteu a cabeça lá na frente e quase perdeu a orelha: começava, aqui, um filme particular. Como bem acrescentou o mestre Herman “Vivaldinho escapou hoje”. El Debs e Vivaldo ganharam bem e o Frare ganhou uma partida curiosa.

2° Rodada – Titanic

1 Pinheiros A 2.5 x 1.5 CXS B
2 Clube de Xadrez de Matão 1.5 x 2.5 CXS A
3 Iniciantes 1.0 x 3.0 Circulo Militar "A"
4 Aramaçan A 4.0 x 0.0 ATC 2

L.Vivaldo 0.5 x 0.5 L. Coelho
Ovelha 1 x 0 El Debs
F. Vivaldo 1 x 0 Sega
Campello 1 x 0 F. Frare

Nem só de alemães maldosos vive o cinema. O cinema também é amor.
Mas nem só de finais felizes vive o amor do cinema: enquanto lá na frente o senhor Leonardo (Di Crapio) abre os braços e abraça a Kate Winslet, digo, o empate, lá atrás o casco racha e água começa a f*&%# tudo... E assim foi...

“O Barco está afundando! Mulheres, Crianças e... Vivaldos primeiros!”

Vamos comemorar que deste naufrágio a família se salvou! (ao contrário do ano passado, aliás!). Eu mantive a meta de deixar os “alemães” não passarem a ponte e selei o pacto de Varsóvia com o MI Coelho. Vivaldão descontou a derrota do ano passado para o MF Sega (provavelmente as aulas de Play 3 que o Vivaldão teve com o primo Fernando Arrais fizeram toda a diferença). Contudo, Felipe não acertou contra 8. Da4 do MI Ovelha e o Frare acabou se animando no ataque contra o Campello (dado curioso: depois da Najdorf Campello jogou 6.Tg1 e teve um pessoal – inclusive nós da equipe – que ficamos procurando, durante uns 30 segundos, qual teria sido o lance do Branco. E quase achamos que o Frare não tinha apertado o relógio!).

Bem, ou mal, em suma: perdemos... Aliás, não resisto: seria demais dizer que Santos montou um “ataque” animal nos primeiros tabuleiros?!

3° RodadaOs outros

1 ATC 2 0 .5 x 3.5 Pinheiros A
2 Circulo Militar "A" 2.5 x 1.5 Aramaçan A
3 CXS A 4.0 x 0.0 Iniciantes
4 CXS B 1.5 x 2.5 Clube de Xadrez de Matão

Flávio Prol Medeiro 0.5 x 0.5 L. Vivaldo
Felipe El Debs 1 x 0 Giulliano Cunico
P. Bartkus 0.5 x 0.5 F. Vivaldo
F. Frare 0.5 x Domingo Razões

Fazer uma continuação é sempre um perigo. Nesse caso, saímos de um naufrágio nas praias de Santos e quase embarcamos num navio fantasma... O Ryan continuava lá na frente – correndo, tomando tiro e escapando: no final o empate com o filho do presidente, o Flávio, foi justo. Felipe ganhou bem do Cunico e Vivaldão e Frare selaram a paz – Vivaldão estava empatado e o adversário do Frare tinha lá suas razões...

4° Rodada – Inimigo íntimo

1 Pinheiros A 1.5 x 2.5 Clube de Xadrez de Matão
2 Iniciantes 0.0 x 4.0 CXS B
3 Aramaçan A 2.0 x 2.0 CXS A
4 ATC 2 0.0 x 4.0 Círculo Militar "A"

Tanto tiro, tanta bomba, uma hora sobra para o Ryan. Depois de ficar desfilando na frente tomei um balaço na fuça e fui cair do outro lado da Ponte do Rio Kwai – E tem coisas que a gente nunca aprende: assim como o ano passado cai no papo do Felipe e joguei uma abertura por sugestão dele. Mas dessa vez nem foi tanta culpa da abertura: foi culpa do Herman mesmo (e também minha, claro); Felipe ganhou de Schuett, apesar de ter pendurado um peão no meio da partida – nenhum dos dois viu; Vivaldão, depois de fazer muita besteira em uma posição quase ganha, ficou perdido, mas mais uma vez uso de suas poções mágicas e escapou das praias da Normandia sem um arranhão – mas também não matou ninguém: tablas; Neb ganhou, firme, de Eduardo Batista.

5° RodadaQuem quer ser um milionário?!

1 Circulo Militar "A" 2.5 x 1.5 Pinheiros A
2 CXS A 4.0 x 0.0 ATC 2
3 CXS B 0.0 x 4.0 Aramaçan A
4 Clube de Xadrez de Matão 3.5 x 0.5 Iniciantes

L. Vivaldo 0.5 x 0.5 Paulo D. Leal
Thiago de Souza 0 x 1 Felipe El Debs
Fernando Vivaldo 1 x 0 Natasha Camargo
Fernando Frare WO

Demonstrando que eu entendia tanto do Ataque Inglês quanto Wilson Churchill entendia de carnaval, depois de algumas propostas de empate por parte de meu adversário acabei aceitando quando comecei a desconfiar que eu estivesse perdido; A equipe ganhou bem – e o Neb de WO.

No almoço, para tentar esfriar a cabeça, resolvemos entrar em uma livraria.
Depois de muito olhar acabei encontrando uma edição de bolso, muito simpática, de um dos contos que mais gosto: A morte de Ivan Illitch, de Tostói. Era uma edição de bolso, dessas que se compra na banca de jornais, e continha a seguinte descrição:

• Mais conhecido por seus romances mais longos, como "Guerra e Paz" e "Anna Karenina", o Conde Tolstoi mostra ser um mestre também na novela curta. Através da história de um burocrata medíocre, Tolstoi nos leva a explorar os recônditos da alma de todo ser humano.
• Editora: L&PM
• Autor: LEON TOLSTOI
• ISBN: 8525406007
• Origem: Nacional
• Ano: 1997
• Edição: 1
• Número de páginas: 99
• Acabamento: Brochura
• Formato: Pequeno

O preço médio do livro é R$ 10, 00. Mas, como eu estava em PINHEIROS, subiu um pouquinho: R$ 27, 00!!! (eu falei para todo mundo que foi vinte de tanta vergonha que fiquei! Apenas agora estou revelando o valor real! R$ 27, 00!!! R$ 27, 00!!! ). Fiquei tão atordoado quando a vendedora me falou do preço que, atônico, paguei o livro!!! PAGUEI!!! R$ 27, 00!!! R$ 27, 00!!!
Antes da próxima rodada, cada vez que olhava para o livro, tinha vontade de sair chutando tudo ali. Solução: dei o livro de presente para o El Debs.

R$ 27, 00!!!

6° Rodada300

1 Pinheiros A 4.0 x 0.0 Iniciantes
2 Aramaçan A 1.5 x 2.5 Clube de Xadrez de Matão
3 ATC 2 2.0 x 2.0 CXS B
4 Circulo Militar "A" 0.5x 3.5 CXS A

Edson Tsuboi 0.5 x 0.5 L. Vivaldo
Felipe El Debs
0.5 x 0.5 Mauro Guimarães de Souza
Sadi Dumont 1 x 0 F. Vivaldo
Fernando Frare 1 x 0 Edson Rodrigo da Silva

Ainda que já praticamente impossível alcançar o time de Santos, continuávamos resistindo firmes, e não tão fortes, na batalha. Dessa vez, a equipe que estava mais perto de nós: Aramaçan A – traduzindo: Santo André, em aramaico meridional arcaico. E a coisa foi dura... El Debs ganhou e Frare também. Vivaldão deixou escapar uma partida completamente ganha e eu, depois de altos e baixos, e altos, baixos, e altos de novo – e jogando com praticamente mais ninguém no salão – acabei empatando (a posição repetiu três vezes e eu não havia reparado).

7° Rodada Último tango em Paris

1 CXS A 2.0:2.0 Pinheiros A
2 CXS B 3.5: .5 Circulo Militar "A"
3 Clube de Xadrez de Matão 3.0:1.0 ATC 2
4 Iniciantes 0.0:4.0 Aramaçan A

L. Vivaldo 1 x 0 Victor Li
Celso Gutierrez 0 x 1 Felipe El Debs
F. Vivaldo 0 x 1 Rafael Casagrande
Giovanni Costa 0 X 1 Fernando Frare

Chegamos aqui com a necessidade de ganharmos de 4 a zero para ficarmos em segundo. E, para mudar um pouco as coisas, não ganhamos e ficamos em terceiro. Aliás, lembrei só recentemente que a long, long time a go, num Aberto do Interior na cidade de Itápolis, aonde conheci o, na época, talentoso Felipe El Debs – que na época era apenas, para mim, “um gordinho chato e mala” – eu também perdi para o senhor Rafael Casagrande. Portanto, se cuida rapaz: o dia que eu e meu irmão te encontrar na rua, você está perdido (tenho que dizer que é brincadeira ou não tem problema manter o suspense? Hitcock?! O que me diz?!).

Bem, o que dizer? Dançamos o Último Tango em Paris sem direito a manteiga (ou margarina – depende do gosto do freguês... Ou do Marlon Brando).

Segue, abaixo, bonitas tabelas e a única foto que tiramos – aliás, a única foto que quem tirou foi o mestre Herman para gente.

(todas as fotos e tabelas serão colocadas em momento oportuno)

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Alphaville, Itú e Barrinha

Seguindo a série “vamos colocar tudo em dia e ser sucinto”, segui o Mestre Fide, já Mestre Internacional por direito, mas não por lei, e quase Grande Mestre, Felipe El Debs, nas duas últimas etapas do circuito 21 minutos da Federação Paulista de Xadrez.

(Presidente Horácio que conseguiu uma ótima segunda colocação no torneio de Alphaville)

(A Patrícia também estava lá - a camiseta do Santos, atrás, não foi intencional!)

Enquanto Felipe jogou, eu, mais uma vez, fui atrás dos meus estágios de Arbitragem junto a FPX – tendo como algoz, digo, Árbitro supervisor, o sempre modesto (não, não... o Modesto é outro!) Christian Claudius van Riemsdijk. Os dois torneios correram de forma tranqüila. Segue as classificações:

3° Etapa do Circuito Dinâmico 2009 – AlphavilleClassificação Final

1. Marcus Vinicius “Ovelha” Moreira
2. Horácio Prol Medeiros
3. Everaldo Matsuura
4. Renato Rodrigues Quintili
5. Felipe de Cresce El Debs
6. José Antônio Nery Júnior
7. Luiz Guilherme Aurelli
8. Mauro Guimarães de Souza
9. Álvaro Zimmermann Aranha
10. Ângelo de Leon Cultri
(total de 68 jogadores)


17° Open de Xadrez Cidade de ItuClassificação Final

1. Sandro Fabio Mareco
2. André Diamant
3. Krikor Sevag Mekhitarian
4. Everaldo Matsuura5. Rafael Dualibe Leitão
6. Edson Kenji Tsuboi
7. Alexandr Hilario Takeda Fier
8. Edson da Cruz Sampaio
9. Felipe de Cresce El Debs
10. Jefferson dos Santos Oliveira
(num total de mais de 233 jogadores – foram 234)

Antes de sairmos da etapa 21, não poderia deixar de citar a revelação do torneio de Itú: Alexandre Demer Sigrist (2223 de ranting 21) que apesar de uma módica 71° posição (com suados 4 pontos – em 7 possíveis e, porque não?, também impossíveis) mostrou um xadrez vigoroso e eclético: operações quase cirúrgicas no peão dama, contra os esquemas colle da vida; pressão posicional insuportável na Ruy Lopez e muito vigor estratégico no Gambito Benko! Deixo aqui, portanto, a minha previsão: olho nesse rapaz!
E, para terminar, o fechado de Barrinha, com o incorruptível Neb representando a terra da saudade. O que dizer?! Ele foi jogar xadrez no carnaval! CARNAVAL! CARNAVAL!:

Torneio Fechado Memorial Jamil Calil - Barrinha/SP - 20 a 24 de fevereiro de 2009

1. Evandro Amorim Barbosa
2. Alfeu Júnior Varela Bueno
3. Fernando César Frare
4. Gérson Peres Batista
5. Gabriel Ricardo Name
6. Sílvio Haruo Shiroma
7. Sérgio Silva
8. Renan Alves Brandão
9. Evandro Brandão
10. Eliseu da Silva Batista


(percebem a animação nas fotos?! CARNAVAL!)

Bem, é isso aí. Não é a cobertura do século, mas está feita.
Forte abraço.

sábado, 4 de abril de 2009

Aconteceu em Dresden... Olimpíadas de Xadrez 2008 – Alemanha

O que falar das olimpíadas de Dresden?! Eu nem estava lá... E foi pensando nisso que disse: “Felipe, tire o maior número de fotos possíveis!”. E adivinhem?! Ele tirou impressionantes 3 (TRÊS! TRÊS!) fotos! (sendo que ele aparece só em uma – e nada tem haver com xadrez!). O que eu faço?! Mando matar?!

Voltado ao assunto (se é que eu sai dele alguma vez), na época pensamos até em fazer uma cobertura diária, partida por partida, mas enquanto o senhor Felipe El Debs comia schucrutes em um hotel com diária em torno de 500 dólares, nós estávamos batendo peças no interior de São Paulo, nos Jogos Abertos - alojados em uma escola de ensino fundamental e acordando com o aprazível sol das 9 horas (é nessa hora que o sol fica insuportável - e é quase impossível continuar fingindo que a luminosidade que você estava "sentido" é igual aquela quando sua mãe abre a porta do seu quarto). Portanto, isso ficou impraticável.

Novamente, voltando ao assunto (agora me pergunto: não seria a falta de assunto?!), nem foi a ausência de comunicação como o Felipe que atrapalhou falarmos das Olimpíadas, pois conversávamos com ele todo dia, depois das rodadas de Dresden. E ele sempre perguntava alguma coisa de preparação para o Vivaldão (sim, sim... Não tem cabimento!).

O que eu quero dizer é: tirando o fato de que ele viu muita coisa interessante como: a cara que o Radjabov fez quando abandonou contra Van Wely – para alegria do Sigrist; os seguranças do Krammink; o dedo de prosa que teve com o Topalov; a decepção com a vitória do Carlsen na primeira rodada – sim, os Tops também enrolam!; é difícil extrair mais alguma coisa... Mas, enfim, vamos tentar.
Portanto, segue, abaixo, a matéria publicada no jornal de Matão “A Comarca” sobre as Olimpíadas de Dresden (qualquer semelhança com o texto sobre o mesmo, que se encontra no Blog do MI Disconzi, é mera coincidência – singularidades modernas! Sem direitos autorais, certo?! Desculpe mestre, é que na correria de mandar a matéria para o Jornal, bem, sabe como é...):

“Entre os dias 12 e 25 de novembro, aconteceu, em Dresden, (Sajonia, Alemanha) a 23ª Olimpíada de Xadrez. Participaram da competição 156 equipes de 152 nações distintas – apresentando, em sua grande maioria, os melhores jogadores de seu país. "A vitória ficou nas mãos da fortíssima equipe da Armênia. Aliás, sagraram-se bicampeões, a frente de Israel, Estados Unidos, China e da temerosa equipe da Rússia, que obteve apenas uma modesta quinta colocação", reporta Leonardo Vivaldo, diretor do Clube de Xadrez de Matão (CXM).

"A China também faz muito bonito nos tabuleiros, a exemplo dos esportes disputados em Pequim. Já faz algum tempo que a Rússia não possui mais a hegemonia enxadrística, como ocorreu durante praticamente todo o Século 20. Contudo, vale lembrar: com exceção da China (na verdade, se pensarmos bem, também não é uma exceção, muito pelo contrário), todas as dez primeiras colocadas tinham algum vínculo com a antiga União Soviética: ou são países que faziam parte dela ou seus jogadores são formados por expatriados da mãe Rússia. Curiosamente esse é o caso dos Estados Unidos, por exemplo, que conta com os seguintes 'americanos': Gata Kasmky e Alexander Onichuk. Stálin deve estar se revirando no túmulo...", comenta Leonardo.

A equipe brasileira - que terminou em uma honrosa 58ª colocação, atrás do Paraguai, mas a frente da Argentina - contou com dois Grandes Mestres: Jayme Sunye e Darcy Lima (ex-presidente da Confederação Brasileira de Xadrez - CBX); dois Mestres Internacionais: André Diamant (o mais novo da equipe, com apenas 18 anos) e Cícero Nogueira Braga - que já defendeu a equipe de xadrez de Matão na década de 90 - e por fim, o Mestre Fide - mas já MI por direito: o matonense Felipe de Cresce El Debs.

"Por si só, esse fato já seria histórico: é a primeira vez que um integrante da equipe matonense disputa o mais importante torneio de xadrez do mundo. Contudo, mais que isso, Felipe - atualmente o 14° maior Ranting do xadrez brasileiro; e que recentemente conseguiu a obtenção do Título de Mestre Internacional -, fez uma participação brilhante - para afirmar o mínimo - somando 8 pontos em 10 possíveis. Ele deixou de jogar apenas uma rodada - a primeira -, pois havia perdido o crachá que permitia acesso ao salão do torneio! O Felipe fez um Ranting performance de 2.590 pontos - além de somar mais 19 pontos de Ranting - realizando assim, não apenas uma norma de Grande Mestre, mas sim duas!", relata Leonardo.

"Acontece que o peso de uma norma, em Olimpíadas, é dobrado. Os títulos de Mestres são divididos pela Fide em três categorias: Mestre Fide, MI e GMI. Enquanto o título de Mestre Fide é conquistado apenas quando o jogador atinge uma pontuação superior a 2.300 pontos de Ranting Fide, os títulos de MI e GM são conquistados somente depois que o jogador consegue realizar no mínimo três 'normas', ou seja: jogar um número 'x' de partidas contra jogadores que já tenham o título; e conseguir 50%, ou mais de pontos contra esses jogadores. Para cada torneio que o jogador atinge essa média, é computada uma 'norma'", explica.

Leonardo lamenta a falta de três GM´s Brasileiros: Rafael Leitão, Gilberto Millos e Giovanni Vescovi. "Eles ficaram disputando os Jogos Abertos do Interior de São Paulo. Muitos enxadristas podem achar um absurdo trocar Dresden pelo Interior Paulista, mas é necessário compreender que a maioria dos enxadristas profissionais no Brasil tem como principais fontes de renda os patrocínios das Prefeituras. E os Jogos Abertos é o subsídio do patrocínio. Além disso, os jogadores podem contar com patrocínios privados, aulas particulares, premiação de eventos (ainda que, muitas vez, escassos – mas já se melhorou muito!), cachets por participação em torneios fechados (limitados), simultâneas (ocasionais), cursos e palestras", coloca.

"Contudo, a CBX agiu bem em se preocupar logo no início do ano com a formação da equipe, permitindo tempo para que os jogadores pudessem treinar, se prepararem fisicamente, técnica e psicologicamente, montando uma agenda de participação em eventos durante o ano. Em edição anterior também houve a feliz idéia de reunir a equipe olímpica com o treinador russo Mark Dvoretzky. E, claro, não podemos esquecer que a CBX cobriu todos os custos da viagem a Dresden", frisa Leonardo.

No final desse ano, El Debs ainda deve se preocupar em sanar seus compromissos acadêmicos - é estudante de Economia na Fundação Getúlio Vargas (FGV) - e voltar a tempo para comemorar seus grandes feitos com os colegas enxadristas de Matão. "Vale lembrar que ele presenteou o amigo Fernando César Frare com uma garrafa de Absinto e eu com uma garrafa de Vodka", sorri Leonardo.

"Sinceramente, não estava entendendo muito bem o que era participar de uma Olimpíada de Xadrez. Parecia mais uma viagem como outra qualquer – como ir para os Jogos Abertos - só que de avião. Mas, chegando lá, vendo todo aquele pessoal que só ouvíamos falar – mais o lugar em si – tudo muda! Foi uma experiência fantástica! Com certeza, um dos maiores prazeres enxadrísticos que já tive", resume El Debs, que nascido em São Carlos, é considerado Matonense nato pelo CXM.”

Seguindo, para não perdermos as fotos que foram enviadas pelo mestre El Debs, façamos, portanto, uma breve reconstituição dos fatos (quais serão as três fotos verdadeiras e quais são montagens?! Tentem descobrir!):

(A vista do quarto do hotel onde nosso intrépido mestre ficou - não parece uma das fases do Call of Dutty?)

(assim que Felipe chegou no aeroporto de Dresden, logo, já se sentiu em casa...)

(fazendo um boquinha! Ninguém é de ferro...)

(Olha ele de novo aí! Haja Neve - nota que os dois intrusos da fotos - lado direito - não estavam jogando o torneio, mas tinha 2308 FIDE - e uma norma de MI cada)

(E porque não o lazer?! Nosso mestre também é um grande pé de valsa!)

(Isso a história não contou: Felipe passou mal, lá em Dresden, com uma forte dor de dente... mas organização de primeira: prontamente foi atendido!)

(Meio indiscreta essa fotografia...)

(Comemoração depois da norma! E toma dança de novo! - não parece o Karpov com ele?!)

(Sempre responsável, Felipe comemorando com um refrigerante! - dissem até que ele vez sucesso com essa história)

(Mal conseguiu a norma Felipe já correu para o computador nos avisar! - coisa que ele fazia todo dia, aliás: conversar com a gente!)

(Felipe na volta, comemorando! E quem foi buscar ele no aeroporto?! Sim! Ele mesmo! Gabriel Salim Name!)
(Felipe no avião - seria o irmão ao lado?!)

Para finalizar: abaixo duas partidas do MI Felipe El Debs, com comentários gentilmente cedidos (sem saber!) pelo MI Rodrigo Disconzi (em caso de processos, entre em contato com José Roberto de Oliveira Júnior – o Tekinho).

(nota: na segunda partida, como todo o respeito, deixei alguns comentários meus que vão com a marca LV)

Danielsen, Hen (2492) - El Debs, Felipe (2447) [A07] 38th Olympiad Dresden GER (5), 17.11.2008

1.g3 d5 2.Cf3 Cf6 3.Bg2 c6 4.d3 Bg4 5.0–0 [Brancas poderiam retardar um pouco o e5 preto 5.b3 Cbd7 6.Bb2 e6 7.Cbd2 Bd6 mas cedo ou tarde e5 viria.]

5...Cbd7 6.h3 [Para um possível g4 no futuro]
6... Bh5 7.Cbd2 e5 8.e4 dxe4 [outra opção seria não tomar em e4, para não ceder a casa c4, mas o centro preto seria minado. 8...Bd6 9.exd5 (9.c3 0–0 10.Dc2 Te8 11.Te1 a5 12.a4 Db6 13.Cb3 Tad8 equilibrado)

9...cxd5 10.c4 0–0 (10...d4 teria uma estrutura Benoni invertida.) 11.cxd5 Cxd5 complicado.] 9.dxe4 Bc5 [9...Be7 Seria outra opção, deixando a casa c5 livre para a manobra Cc5-e6-d4. 10.a4 Para ganrantir o uso da casa c4. 10...a5 11.De2 0–0 12.b3 Te8 13.Bb2 Dc7 14.Tfd1]

10.De2 [Mais jogado é 10.De1 com planos de Ch4-f5 ou f4.]

10... 0–0 11.Td1 [11.g4 Bg6 12.Ch4 Te8 para ocupar a casa f4. 13.Cf5 Cf8 14.Cb3 Bb6 15.Bg5 Ce6 16.Tad1 Dc7 17.Be3 Cf4 0–1 Camara,H (2320) -Vaganian,R (2545)/São Paulo 1977/EXT 98 (55)]11... Dc7 12.a4 a5 13.b3 [13.Cb3 Bb6 14.Be3=]

13...Tfe8 14.Bb2 Cf8 15.Cc4 C6d7 16.Ce3 [16.Bc3 f6 17.Td2 b5 (17...b6) ]

16...Ce6 17.Cf5 [17.Cc4 Cd4]

17...Tad8 18.Td3 f6 19.Tad1 Cdf8 20.Bc3 b6 21.T3d2 Cg5 22.h4 [Debilita um pouco a ala do rei, mas alivia a pressão do Cg5 e permite Bh3]

22...Cge6 23.Bh3 [a posição das pretas já atingiu seu limite de reforço e ajustes, não há muito o que fazer]
23...Txd2 24.Txd2 Td8 25.Rg2 Txd2 26.Dxd2 Dd8 27.De2 [27.Dxd8= devido a posição embolada das peças na ala do rei, brancas deveriam se contentar com a igualdade.]

27... Bf7 28.Bg4 h5 29.Bh3 Cg6 30.Rh2 Ce7 31.Bg2 Dd7 32.Bh3 Cxf5 33.Bxf5 g6 34.Bh3 Dd6 35.Bf1 Rg7 36.Rg2 Bb4 37.Bb2 Dd7 38.Rg1 Bc5 39.Bc3 Dd6 40.Dd3 De7 [parecia tentador 40...Dxd3 41.Bxd3 Bb4 mas 42.Bxb4 (42.Bb2? Cc5–+) 42...axb4 43.Bc4 Cc5 44.Bxf7 Rxf7 45.Cd2=]

41.Bh3 Bb4 42.Bxb4 axb4 43.Bxe6 [43.Bf1; parece mais ativo 43.Da6!? Dd8! (43...Dc5 44.Db7÷) 44.Bxe6 (44.Db7? Cc5–+; 44.Bf1 Dd1µ) 44...Bxe6÷]

43...Bxe6 44.De3 c5 45.Cd2 Dd6 46.Rg2 Dd8 47.f4!? exf4 48.gxf4 Bc8 49.Rf2 Bb7 50.Cf3 Dd1!? [Buscando jogo. 50... De7 51.e5 fxe5 52.Dxe5+ Dxe5 53.fxe5 Be4 54.Ce1 Rf7 55.Re3 Bf5=]

51.Dd3 Dxd3 52.cxd3 Bc8 53.d4 cxd4 54.Cxd4 g5! 55.Rg3 gxh4+!? [desequilibrando a partida. 55... g4 56.f5=]

56.Rxh4 Bg4 57.Rg3 Rf7 58.Rh4 Bd1 59.Rg3 Re7 60.Rh4? [60.e5!= era essencial para bloquear o rei preto]

60...Rd6 61.Rg3 Rc5 62.Ce6+ Rd6 63.Cd4 Bg4!–+ [E o bispo domina o cavalo. Excelente técnica de finais de Felipe]

64.Cb5+ Rc5 65.Cc7 Rd4 66.Cd5 [66.e5 fxe5 67.fxe5 Rxe5 68.Ca6 (68.Ca8 Rd4 69.Cxb6 Bd1 70.a5 Rc5 71.Rh4 Bxb3 72.Rxh5 Rb5 73.Cc8 Bd5–+) 68...Bd1 69.Cxb4 Bxb3 70.a5 bxa5 71.Cc6+ Rf6 72.Cxa5 Bd5–+ cercando o cavalo; 66.Ca6? Rc3–+]

66...f5?! [lance natural e que a posição parece pedir. [mais exato seria 66...Bd1 67.Cxf6 Bxb3–+]

67.Cxb4? [A melhor defesa era difícil de notar 67.Cxb6! fxe4 68.a5 Rc5 69.Ca4+! este lance que é estranho aos olhos. 69...Rc6! (o mecânico lance 69...Rb5? 70.a6 Be6 parece falhar por 71.f5 Bd5 (71...Bxb3? 72.a7! com duplo 72...Bd5 73.f6+-) 72.a7 Ra6 73.a8D+ Bxa8 74.f6 Bd5 75.Cc5+ Rb6 76.Cxe4 Bxb3 77.Cg5 Bd5 78.f7 Bxf7 79.Cxf7 b3 80.Ce5 Rc5 81.Cd3+ Rc4 82.Cb2+= e o cavalo chega a tempo) 70.a6 e3 71.Cb2 e2 72.Cd3 Rb6 73.Rf2 h4 74.Cxb4 h3 75.Cc2 Rxa6 76.Ce1 Ra5 77.Cd3 (77.f5 Bxf5 78.Rxe2 h2) 77...Bf5 78.Ce1 Rb4–+]

67...fxe4–+ 68.Cc6+ Rc3 69.Ce5 e3 70.b4 Rxb4 0–1

El Debs, F (2447) - Prusikin, M (2538) [A13]38th Olympiad Dresden GER (9), 22.11.2008

1.Cf3 [Felipe gosta de jogar posições dinâmicas e com a iniciativa, sem se importar se a ação ocorrerá somente mais tarde. A Reti e a Inglesa se encaixam bem no seu estilo.

LV: Na verdade, na verdade, o Felipe gosta de posições em que a ação aconteça beeeeeeeeem mais tarde - ou melhor: que não aconteça].

1... Cf6 2.c4 e6 3.g3 d5 4.Bg2 [4.d4 Levaria a partida para a Abertura Catalã diretamente.

LV: Sabendo que ele joga Catalã, porque ele não entrou nela?! Mistérios, mistérios...]

4... dxc4 5.Da4+ Cbd7 6.0–0 a6 7.Dxc4 b5 8.Dc6 [Retira a Torre da coluna A e da diagonal h1–a8. Não sei ao certo para quem isso é vantajoso. Mais jogado é 8.Dc2 Bb7 9.a4 para pressionar b5 com Db3 ou Dd3 e Ca3. 9...c5 10.axb5!? deixando o peão D indefinido se vai a d3 ou d4, permanecendo nos terrenos da Reti/Inglesa.]

8... Tb8 9.d4 Bb7 10.Dc2 c5 11.Bf4?! [Aqui notamos um aparente ganho de tempo em relação à posição da torre preta, mas isso não quer dizer muita coisa, pois c8 parece a casa natural dela. Já o Bispo em f4 costuma ali se alojar quando tem certa estabilidade

LV: O velho e bom otimismo do senhor El Debs - a aparência não é tudo mais é 100%].

11... Tc8 [e agora Felipe tem mais problemas a resolver do que seu oponente.

LV: Realmente: Felipe é um garoto problemático. Esses dias, na FGV, ele conseguiu ser expulso da sala].

12.Cbd2 [Solução "cool". Deixar pretas ganharem um peão central e seguir jogando como se nada tivesse ocorrido. Aliás, nas vezes em que enfrentei Felipe pude notar esta característica em seu jogo

LV: Ou seja (traduzindo): ele pendura e finge que não está acontecendo nada].

12... cxd4 13.Dd3 Be7 [13...Cd5 seria um lance que me incomodaria.

LV: Nada incomoda o velho El Debs. Ele não tem pudor]

14.Tac1 0–0 15.Cxd4? [Nesta fase inicial do jogo, Felipe correu certos riscos e a impressão que meus comentários podem causar é que quero mostrar que ele jogou mal. Mas não se enganem com isso, pois ali, na hora da partida, diante do tabuleiro, a quantidade de pressão que coloca-se no adversário pode contrabalançar posições não muito boas. E isso conta muito para ganhar partidas. 15.Dxd4 Cd5÷

LV: É... Verdade. Mas, convenhamos: ele jogou mal mesmo! ]

15... Txc1 16.Txc1 Bxg2 17.Rxg2 [Esta troca pode parecer uma ofensa aos jogadores da catalã, pois troca o baluarte da diagonal. Mas é um tema posicional recorrente a troca dos bispos para tentar invadir o campo preto via c6].

17... Cc5 [Nessa posição, especificamente, pretas não deveriam sofrer nada devido ao jogo ativo no centro.

LV: Mas a vida... A vida é uma caixinha de surpresa! ].

18.De3 Cd5 19.Df3 Cxf4+ 20.Dxf4 Bg5 21.De5 Cd7 22.Dd6 Bxd2 [até aqui o jogo preto parece ter sido natural e sem erros.

LV: só houve um erro: sentar ao tabuleiro e achar que sairia impune].

23.Td1 Bg5? [23...Da8+! 24.f3 (24.Rg1 Cf6 25.Txd2 Ce4) 24...Bg5 25.Dxd7 Td8 26.Dc7 Bf6 27.e3 e5–+]

24.Cc6 [Enfim a posição branca ganha sentido.

LV: a posição branca, talvez, sempre tenha tido sentido... Ao menos pela lógica distorcida e psicótica do El Debs - Está bem, está bem, não tinha não...].

24... Da8 [Natural, cravando, defendendo c6 e ativando a Tf8. Mas as vantagens pretas deste param por aqui, pois não há potencial de melhora em suas peças e o Bg5 só anda pelas casas pretas...Já as peças brancas tem potencial muito maior. 24...Df6 25.Dxd7 (25.h4 Bh6 26.Dxd7 Dxb2 27.Ce7+ Rh8 28.Dd8 g6) 25...Dxb2 E aqui as pretas tem um peão a mais, mas as brancas tem um certo domínio, devido a Tf8 passiva. Na prática, pretas notaram que Felipe entregou um peão, cedeu o par de bispos e depois deixou peça no ar para depois recuperar, não demonstrando medo de nada. Esta atitude incomoda bastante o adversário, pois ele tem dificuldades em avaliar as posições, pois sabe que seu rival , que aparenta ser “insano e destemido”, sempre vai gostar das suas posições resultantes onde há certa "quizumba".

LV: A melhor seqüência de comentários do ano (2008) no xadrez brasileiro. Vamos por partes:

1°) "entregou um peão"+"cedeu o par de bispos"+"deixou peças no ar" = "demonstrando medo de nada". Em suma: vai jogando por rumo e aos "trupicões". Vale a máxima: Deus ajuda as crianças, os bêbados e os ignorantes)

2°) "Esta atitude incomoda bastante o adversário". Traduzindo: O adversário pensa: "que raios de @#$¨&* esse capivara está fazendo?! Tenha dó..."

3°) "Insano e Destemido". Insando e destemido... INSANO E DESTEMIDO! A melhor, disparada!, definição que já ouvi sobre o estilo do Felipe. Simplesmente Genial. Traduzindo: completamente louco e desbaratado. Non sense!

4°) 'Quizumba"! Eis a chave d'ouro do soneto! Em suma: só restava tentar enrolar... E deu certo!]

25.Dxd7 Tc8 26.Td6 g6 [Quando não se tem o que fazer, a tendência é piorar aos poucos. 27.e4!± ameaçando isolar o Bg5 do jogo].

27... Tf8 28.e5! [28.f4 Bf6 29.e5 Bg7 30.Rh3 Seria possível mas pouco objetivo, além de deixar o rei em temas de perpétuo mais tarde.]

28... Bc1 29.f3! [Muito objetivo e bem calculado!! Brancas invadem território preto via sétima e casa d8].

29... Bxb2 30.Dc7! Rg7 31.Td7 g5 [desespero

L.V. "Ai, aiai, aiaiai... Tá chegando a hora... O dia já vem raiando, meu bem! E eu tenho que ir embora..."]

32.Cd8+- Rg6 33.Dc2+ Rh6 34.Cxf7+ 1–0

Para fechar, os presentes que recebemos do mestre El Debs (o que a delegação brasileira há de ter pensando sobre nós?);




















1°) Vodka com erva tropical exótica para o Vivaldinho;
2°) Absinto (70% álcool), para o Frare;
3°) Gold Label, 18 anos, para o Vivaldão.

Presentes curiosos...
Bem, é isso. Parabéns, Felipe, pelas normas! E parabéns para toda a delegação brasileira - masculina e feminina!

Abraço!

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Memórias (quase) Póstumas do 72° Jogos Abertos do Interior – Piracicaba 2008 (PARTE II)

Capítulo 5
As partidas

“Outrossim, afeiçoei-me à contemplação da injustiça humana, inclinei-me a atenuá-la, a explicá-la, a classificá-la por partes, a entendê-la, não segundo um padrão rígido, mas ao sabor das circunstâncias e lugares.”(Memórias Póstumas)

Pressuposto que a lógica indicaria seguir agora para a conseqüência natural da utilização do GPS, ou seja, A(s) Noite(s), mas lembrando que isto tudo já perdeu há muito qualquer rigor de ordem, sigo, doravante, para as partidas: pois a idéia primeira fora jogar xadrez - ou, ao menos, em alguns casos, tentar... Ou em todos.

De qualquer forma, e contradizendo um pouco o parágrafo anterior, não tenho por intuito demorar-me demais aqui – portanto, não falarei das partidas. Poderia ficar aqui citando mil e uma diabruras que ocorreram, mas isso seria por demais enfadonho – e talvez até exagerado. Alguns pontos positivos também poderiam ser levantados, mas isso seria por demais arrogante – e com certeza exagerado. Quiçá a partenogênese enxadrística pudesse ganhar alguma coisa se eu mostrasse como toda e qualquer partida, por mais estranha que seja, tem lá seu valor ao lado do prêmio subjetivo e inebriante da vitória (ou sufocante, no caso da derrota): mas isso seria romper o silêncio que jurei guardar. Calemos, portanto... Mas não sem antes deixar aqui um lamurio baixo e quase imperceptível: seja do grito do desvalido, seja do nascimento dum forte. Ei-lo:


A posição em questão foi derivada do encontro entre nosso jovem Mancebo Rafael “Alemão” e nosso amigo “Carioquinha” (nome fictício). Notem, atentamente, a posição exposta: nem mesmo a dinâmica celeste poderia descrever maior mobilidade e ação! Do Diagrama em questão foram jogados mais, arisco-me a dizer muito mais, de 50 lances (e já havia passado mais uns tantos...). Apesar do apuro de tempo, e de várias ofertas de empate à parte, aliado ao nervosismo da estréia e até de algumas reclamações por parte da outra equipe (sabe-se lá porque), Rafael conseguiu manter o sangue frio e, sobretudo a paciência, para garantir o empate. Não é só vencedor que ganha as batatas: um empate, às vezes, vale mais que uma vitória. Falando em vitória, acredito nas revindicações que Alexandre Sigrist fez para o próximo Jogos Abertos. Ouve lá: PodCastle (por enquanto, é só ouvir o mais recente... Não é só o Vivaldinho que não é dos mais pontuais em atualizações).

E para que este capítulo não fique demasiado incolor, lembro, portanto, de algo que nada tem haver com a vida do xadrez, mas sim com o xadrez da vida: encontrei muita gente na rodoviária de Piracicaba: Silvio Oliveira; Juçana (no mesmo ônibus!); Andréia (de Campinas); e na zen posição de lótus em um dos bancos da rodoviária, a Taís Julião!

E, para terminar, uma foto do nosso estimado quarto (porque? Porque ele era show!):

Capítulo 6
As noites

“- É um vadio e um bêbado muito grande. Ainda hoje deixei ele na quitanda, enquanto eu ia lá embaixo na cidade, e ele deixou a quitanda para ir na venda beber.” (Memórias Póstumas)

E o pessoal do xadrez sempre muito animado. É verdade que dessa vez nós (entendam eu, Vivaldão e Marra), por estarmos em um alojamento afastado da cidade, e quase que do mundo ("um rancho fundo, bem pra lá do fim do mundo!" como diria Diego Silveira, de Itapetininga, que também estava por lá e sempre cobrando os post´s) nossas incursões noturnas se fizeram menores. Não raro fora o dia em que chegamos, jantamos e, depois do banho, o sono que serviria de rápido descanso para agüentar a noite, fora desfeito apenas com o costumeiro “acordar das mulas” matutino do Seu Mário...

No mais, seria impossível citar todos que desfrutaram do manto acolhedor da abóboda celeste. Contudo, também me parece muito injusto, não trazer à baila o pessoal de Rio Preto - por motivos óbvios (que nada mais é que o de comunhão ideológica aferida ao tema aqui exposto): W. Rocha (sempre discutindo alguma coisa com o Leomar Borges); o próprio Leomar Borges – um dos meus últimos ídolos enxadrísticos, à frente, evidentemente, de Korchnoi; Ramon, chefe da delegação e mentor intelectual das investidas noturnas; Eliana, não só a dona da máquina fotográfica, mas também embaixadora da paz; e, sobretudo, as incansáveis Marciane Prior e Adriana Shredder, ops, digo, Scheleder, que sempre nos incentivavam ao desfrute da noite. Aliás, essas duas desfrutaram de nossa companhia na derradeira noite (em boa parte das outras também, é verdade) em que estivemos em Piracicaba. E embora esta noite tenha começado em um dos bares “descolado” que o pessoal freqüentava, ela acabou por terminar em um lugar ainda mais opulento e muito longe de ser uma bodega qualquer. Julguem vocês mesmos:


E, sendo sincero, para não comprometer o relato daqui para frente sobre esta noite, pois minha memória sobre tal começa a ficar mais turva que o normal, digo apenas que lembro-me que demonstrei minhas habilidades na sinuca (aliás, modéstia à parte, há de ser um talento que desperdiço... Ao menos quando bebo) e, depois, agora já sem quaisquer lembranças minhas, que perdi meu RG no posto (as meninas que acharam!), que gritei sandices na avenida (diz o Marra que quase matei um moto boy), que dei alguma resposta atravessadas para o Vivaldão (mesmo alterado mantenho algumas características invariáveis da sobriedade) e, como gran finale, que pulei o murro do alojamento que era, mais ou menos, um Ramon e meio (tudo para colocar o carro lá dentro). Várias escoriações, e hematomas, foram descobertas no dia anterior.
Enfim, tendo em vista a supremacia da imagem em nosso século, e a preguiça deste que vós fala, segue algumas fotos que expressa muito bem as noites de um Jogos Abertos (este poderia ser o capítulo “coluna social”):

(As meninas de Rio Preto: Marciane, Eliane (de quem roube praticamente todas as fotos) e Adriane)

(A galera de Rio preto mais Christian quinto elemento)

(Rio preto e um foragido de lá: Diego Di Berardino)


(É Senhor Marra... Se o senhor não sabe nem eu! - Ao lado o MI Dragan )

(Marciane comendo alguma coisa - e bebendo também...)


(Leomar - sempre presente - e Paula Delai)

(Por algum motivo, acho que ele estava bravo comigo...)


(... Mas acho que no final ficou tudo bem... Não?!)


(Não Vivaldão, sai pra lá... Deixa eu tirar a foto sozinho)


(Irmão bêbado é foda...)


(Cada um carrega a cruz que merece... Dá pra ficar bravo?!)

(Ei, Crosa!)


(Enquanto isso, em Dresden, na Alemanha, recebemos um cartão/foto do mestre El Debs. Ele é o do meio, com as pernas para cima)


(Bispo, Vivaldinho, Marra, Vivaldão, Crosa e Dragan - All IN!)

Capítulo 7
Das Negativas

Entre o fim dos Jogos Abertos e a participação da equipe de Matão, mediaram os (des)sucessos narrados nas partes intermediárias do post. O principal deles foi a própria participação de nossa equipe - relatado com muito tempo de atraso, é verdade. Pobre relato atrasado, se tivesse vindo à hora, quem sabe, tu me darias o primeiro lugar entre os homens, acima da ciência e da riqueza, porque eras a genuína e direta inspiração do céu. O acaso determinou o contrário; e ai tudo ficou nebuloso - posto ainda que sucinto.

Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade como “bloguista”, não fui Mestre, não degustei nenhuma pamonha, não joguei todos os dias e, depois do final dos Jogos, ainda participei em seguida do Inter Unesp e consegui desclassificar minha equipe na primeira rodada (abraço para os amigos(as) da Unesp de Marília. Saluto aqui de Bauru! Abraço do peito, cururú!). Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não ganhar os pontos apenas com o suor do meu rosto (mas com a ajuda da equipe e, mui respeitosamente, com a ajuda dos adversários). Mais; não padeci a morte do troféu de poker do Marra (aquele que eu quebrei dentro do carro. Achou que eu esqueceria?! Pois é, fica aqui sua última morada), nem a semidemência do Felipe El Debs (que estava lá nas olimpíadas. Aliás, ele se recupereu e trouxe as normas de GM - assunto para outro post). Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginará, portanto, que não houve míngua nem sobra, e conseguintemente que sai quite com os Jogos Abertos. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do Estado de SP, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: - Não tivemos medalhas, não transmitimos ao nosso Município o legado da nossa miséria.

Fim da Parte II

Memórias (quase) Póstumas – Jogos Abertos do Interior: Piracicaba 2008 (PARTE I)

AFrase do mês: “Matamos o tempo; o tempo nos enterra.” (Machado de Assis – Memórias Póstumas de Brás Cubas).

Seguindo um projeto quase paralelo, mas, contudo, não de menor investimento que o da emissora Rede Globo com a mini-série Capitu (será que só eu e o Ferreira Gullar achamos que ela traiu? – com exceção do Bentinho, claro) e valendo-se da máxima “porque não?!” unida a um surto de plágio e megalomania, além de, sobretudo, tentar com esse malabarismo desajeitado esconder tudo aquilo que já esqueci sobre o que eu deveria lembrar (Já sei, já sei... "é sempre a mesma história!"), o Xadrez De-Pressão apresenta, não tão orgulhosamente é verdade, as Memórias Quase Póstumas do 72° Jogos Abertos do Interior – Piracicaba 2008!

(Nota: todos os fatos aqui narrados objetivam única, e exclusivamente, a veracidade última dos acontecimentos. Contudo, em alguns casos, esse intento falhou miseravelmente... Esse detalhe, entretanto, não deprecia a narrativa. Muito pelo contrário: cada um tome para si o que bem lhe aprazer – Te agradas o delírio? Peace and Love!).

AO MARRA
QUE
POR ÚLTIMO USOU AS FRIAS MALHAS
DA MINHA CAMISETA DO
FESTIVAL IDEAL MAX EUWE
DEDICO
COM SAUDOSA LEMBRANÇA
ESTAS
MEMÓRIAS (QUASE) PÓSTUMAS


Ao Leitor

No alto de um dos seus principais posts, confessasse MI Krikor Mekhitarian que tê-lo-ia visitado mais de 1375 leitores únicos (!!!), é coisa que admira e envaidece (não só ele, mas todo o Xadrez Brasileiro). O que não admira, nem provavelmente envaidecerá, é se este outro post (sim, este aqui mesmo) não tiver os 1375 leitores de Krikor, nem 1000, nem 100, e quando muito, 20... 20? Talvez 5. Trata-se, na verdade, de uma obra difusa, na qual eu, L.Vivaldo, se adotei a forma livre (entenda “livre” como quiser – eu mesmo não a entendi), com certeza a fiz com algumas (algumas?) doses de preguiça. É, pois é... Obra de ex-jogador aposentando em atividade...

Contudo, eu ainda espero angariar as simpatias da opinião, e o meio eficaz para isto é fugir a um prólogo explícito e longo. O melhor prólogo é o que contém menos coisas, ou o que as diz de um jeito obscuro e truncado. Conseguintemente, evito contar o processo medíocre, digo, extraordinário, que empreguei na composição destas Memórias, trabalhadas cá no (quase) outro mundo – o da semi-aposentadoria. Seria curioso, mas extenso e, aliás, desnecessário ao entendimento do post. O post em si mesmo é tudo: se te agradar, fino leitor (e enxadrista?), pago-me da tarefa; se não te agradar, pago-te com um rápa-côco, e adeus.

CAPÍTULO 1
Jogos Abertos - Piracicaba 2008

Algum tempo, ou melhor, por muito tempo (dois meses de atraso na verdade!) hesitei se devia abrir este post pelo princípio ou pelo fim. Isto é: se poria o início ou o fim dos Jogos Abertos. Suposto o uso vulgar seja “começar pelo início” (pleonasmo inevitável), duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um jogador-autor, mas um autor-jogador (isso me dá, ainda que teoricamente, mais liberdade). A segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais “novo” – e, claro, mais perto do livro do velho Bruxo (no qual a cópia não é mais tão descarada, pois, eu já dissera que a faria, não é?). Além do mais, pelo tamanho do atraso, e todo mundo querendo me matar, acho que isso é o que menos importa! Em suma: resolvi terminar o post na marra (não, não... Não no Marra. É "na marra")

Dito isso, os 72° Jogos Abertos do Interior (que ocorreu – ao menos para o xadrez – do dia 13 ao dia 17 de Novembro) terminou com as seguintes colocações na 2° divisão do absoluto (vale lembrar que as divisões eram assim compostas: Divisão especial, 1° divisão, 2° divisão, 1° divisão sub-21, 2° divisão sub-21. Idem ao feminino, com exceção da divisão especial):

1. Rio Claro
2. Mogi das Cruzes
3. Santa Bárbara do Oeste
4. Matão
5. Botucatu
6. Várzea Paulista
7. Campo Limpo Paulista
8. Sorocaba
9. Presidente Prudente
10. Votuporanga
11. Mirassol
12. Garça
13. Amparo
14. Itanhaém

Terminada a última rodada, em meio a contusões, arranhões, ressecas e afins (se acalme leitor! isso será explicado mais a frente!) eu, Mário Biava e Rafael Masselani, vulgo o Alemão, voltamos no mesmo dia para Matão, assim como Fernando Vivaldo e Eduardo da Costa Marra voltaram para São Paulo... Espere um pouco? Marra?! Chegamos a mais um dado importante: a equipe. Portanto, falemos sobre ela.

CAPÍTULO 2
A equipe

Alguns meses antes dos Jogos Regionais, em uma Galáxia muito, muito distante, a mais alta cúpula do mais alto conselho Jedi se reuniu para responder a velha pergunta do camarada Lênin: “O que fazer?!”.

Fernando Frare, por compromissos profissionais, não iria. Nem o Filipe Guerra (aquele que quando vai a gente sempre fica em segundo). Jayminho Gimenes, nosso eterno capitão, estava hospitalizado (calma, leitor! Ele já está bem... Foi só um susto!).

Felipe El Debs, o primeiro Chewbacca Jedi da história (e olha como as coisas são: neste mundo, o Chewbacca é mais forte que os Jedi... É o fim da picada) estaria nas Olimpíadas que ocorreriam na Alemanha, em Dresden. Pensamos em alugar um jatinho, para ele jogar um dia lá e outro aqui... Mas ficaria muito cansativo. Realmente: as poltronas desses jatinhos, hoje em dia, são terríveis.

Mário Biava, nosso Yoda, jogaria: "Est Factum!" outorgou o conselho (neste mundo, o Yoda não fica lá, batendo no Luke e se escondendo da briga... Cansado é o caramba! A gente joga ele no meio do "auê" e ele que se defenda!).

Vivaldão só jogaria se o Vivaldinho jogasse. Então, o Vivaldinho “jogou”.

Para completar a equipe, convocamos o jovem aprendiz de Jedi, Rafael Damus, o Alemão – não confundir com o “outro” Alemão. Não, não, caríssimo leitor... Não falo daquele rapaz do bigodinho. Falo daquele que você provavelmente tem em casa: o Fritz.

Em suma: Mário, Vivaldos (Fernando e Leonardo) e Alemão... Contudo, evidentemente, seria muito cansativo jogar em apenas 4. Portanto, resolvemos que traríamos mais um Jedi de uma outra Galáxia muito, muito, muito, muito, muito, distante... Para reforçar o time. Começaram, então, as entrevistas para o cargo:

1°) Vasyl Mykhaylovych Ivanchuk

É um menino até bom, mas meio “estranho”. Durante a entrevista, se mostrou muito nervoso... Não parava de se mexer na cadeira. Tanto que chegou até a quebrá-la... No mais, depois de algumas perguntas, Mário Biava deu o veredicto: “Loucura eu até tolero... Demência não!” (nota: O Xadrez De-Pressão não compartilha com todas as opiniões aqui expostas e a responsabilidade destas são inteiramente de seus realizadores).


2°) Fritz 11

Já estava tudo acertado, mas, na última hora, descobrimos que computadores não podiam fazer parte da equipe... Paciência.

(FOTO – Fritz 11 comentando a decepção por não poder jogar na equipe de Matão)

3°) Bobby Fischer

Seria uma ótima contratação! Infelizmente, a natureza chegou primeiro... (Mário Biava deixou, homologada em três vias, uma moção de repúdio a esse item dizendo que era uma falta de respeito uma brincadeira dessas – Perdemos na primeira estância e estamos aguardando o resultado do STF)

4°) Ronaldo, o fenômeno

Apesar de estar “meio” fora de forma, é um matador – ainda que o problema de visão atrapalhe um pouco as coisas. Contudo, ele mesmo dispensou as negociações, dizendo que tinha “outros planos para voltar ao Brasil”– fato que só viemos a entender recentemente. Bem, não ficamos bravos: é compreensível que ele queira, voltando ao Brasil, começar por baixo...

5°) Fernando César Frare

Tentamos convencer o nosso amigo Neb a abandonar o emprego para jogar com a gente, mas não deu certo – ainda assim, conseguimos levar ele 1 (um!) dia para jogar.

6°) O Messias

Ficou honrando, mas disse que “Apesar do que andam falando, não tenho data certa para minha volta ainda. Mas agradeço, de todo o coração, o convite! Fiquem comigo! Que eu os proteja! Adeus!”.

7°) Eduardo da Costa Marra

Depois de calorosas discussões (Vivaldão queria, de toda maneira, tentar uma autorização para o Fritz enquanto Mário Biava gostava da idéia do menino cabeludo e barbudo – “ele tem futuro!”) tive uma epifânia: “Porque não chamamos o Marra?” (o que passou pela minha cabeça? Provavelmente nada). Então, depois de mais algumas discussões, chamarmos o rapazola para uma entrevista e em conclave deliberamos que ele seria o escolhido:


Para tanto, segue as justificativas:

1- Pertinência estética alta (o que combinaria com o resto da equipe);
2- Noções básicas de teatro (demonstrada quando ele e o El Debs jogaram uma partida inteirinha combinada por mais de 2 horas);
3- Fez a sua aquisição do livro Peões Mágicos – do MI Herman Claudius;
4- Ele é Corintiano, então as discussões sobre futebol não levariam a lugar nenhum;
5- Parecia substituir a altura o senhor El Debs no volante – devo confessar que nesse item ele superou nossas expectativas!;
6- Tinha seu nome referido na Sociedade Sigma – honra de poucos!;
7- Esse item foi o fundamental (teoria do Vivaldão): o Poker. Explico: já faz muito tempo que a equipe de Matão vem jogando a base do blefe. E, de certa forma, vem dando certo... Mas, como toda tática, já estava ficando manjada... Então resolvemos dar uma recauchutada nela, contratando, para tanto, um especialista na área! Depois de tanto tempo no amadorismo, iríamos nos profissionalizar no blefe! ALL IN!

Recapitulação rápida da equipe (na ordem de tabuleiro – vide a foto do papel aonde o Alemão anotou a equipe, ditada pelo Vivaldão, e que o Mário Biava transcreveu - enfim: eles se entendem!):

1- Rafael Damus Masselani (Alemão)
2- Leonardo Vivaldo (Vivaldinho)
3- Fernando Frare (Neb)
4- Eduardo Marra (Marra ou “jogador de truco”)
5- Felipe El Debs (Pelúcio – seu nome só ficou pra “subir” nosso ranting. Sinceramente? Não fez a mínima diferença... Na verdade, caro leitor, na verdade mesmo, nossa idéia era, um dia, quando ele estivesse jogando “lá”, escalar o Felipe “aqui” também – para, quem sabe, ele perder uma partida de xadrez em dois continentes diferentes no mesmo dia! Será que valeria um record?! - também idéia do Vivaldão)
6- Fernando Vivaldo (Vivaldão)
7- Mário Biava (MB)
8- Filipe Guerra (muitos apelidos. "Bibipe" - segundo David Sbrissa Neto é o mais recente)

(lembrando que o Neb só jogou uma partida e o Filipe Guerra não foi – portanto, estávamos mesmo em 5).

CAPÍTULO 3
O motorista

Apresentada a equipe sabemos, portanto, quem assumiu o volante. E o Marra se saiu bem?! Muito bem! Assim que ele e o Vivaldão chegaram no salão de jogos, Vivaldão já me disse: “Vindo pra cá, na pista, a gente errou uma entrada... Sabe o que o Marra fez?! Atravessou o canteiro!”. O garoto tinha potencial! E, realmente, ele não nos decepcionou. Segue, abaixo, a lista de infrações do senhor Eduardo Marra durante todo o Jogos e os correspondentes pontos que cada uma delas acarretaria:

(Essa tabela de infrações do referido meliante é apenas uma estimativa, com margem de erro de 2 inflações para mais ou para menos – acreditamos que para mais, contudo, preferimos manter o rigor, e o caráter imparcial, da pesquisa).

Artigos infligidos: 9
Total de pontos perdidos na carteira: 79 Pontos (quase 4 carteiras de habilitação!)
Total das multas: R$ 3.043,35 (valor aproximado)

Contudo, acreditem, ou não, o senhor Eduardo Marra levou apenas duas multas, sendo as duas por Transitar em velocidade superior máxima permitida em até 20%, o que acarreta 8 pontos na carteira e, mais ou menos, 170 reais. E, só explicando um pouco cada multa da tabela: a segunda é muito simples: um motorista assim só pode estar ameaçando alguém – ou todo mundo. A terceira multa seria ocasiona devido a um pão daqueles de Semolina ("feito em casa") que você ganha de brinde nos postos de gasolina (O maior fã do mundo é o MI Felipe el Debs). O senhor Eduardo Marra, e o senhor Fernando Vivaldo, me obrigaram a jogar o tal pão para fora do carro em movimento na famosa rodovia do café, digo, RODOVIA DO AÇÚCAR (café, açúcar, está tudo ali, em algum lugar, no período colonial). Aliás: valeria também tentativa de homicídio nesse caso, pois o pão já havia criado vida depois de 5 dias dentro do carro. No mais, acreditando que todas as outras inflações são auto-explicativas, cito apenas mais duas que eu, infelizmente, não encontrei os dados pertinentes sobre elas: falar ao celular e parar o carro em cima da faixa de pedestre. Espera um pouco... Eu não falei que não iria citar as “estimativas para mais”? Bem, agora já foi...

Por fim, um ponto positivo: ele sempre usou o cinto de segurança.

CAPÍTULO 4
Grand Theft Auto: GTA – Piracicaba City

Grand Theft Auto (conhecido também pela abreviatura GTA) é uma série de jogos de computador e videogames. Os jogos são criados e desenvolvidos pela Rockstar North, empresa subdisiária da Rockstar Games e distribuidos pela Take-Two Interactive. Os jogos já fizeram muito sucesso e estima-se que já foram vendidas mais de 40 milhões de cópias em todo o mundo.*

O iPhone é um smartphone desenvolvido pela Apple Inc. com funções de iPod, câmera digital, internet, mensagens de texto (SMS), visual voicemail e conexão wi-fi local. A interação com o usuário é feita através de uma tela sensível ao toque. A Apple registrou mais de duzentas patentes relacionadas com a tecnologia que criou o iPhone.*

(*Fontes: Wikipédia)

Junte GTA e iPhone e você terá metade das noites que tive ao lado do senhores Eduardo Marra e Fernando Vivaldo (enquanto Alemão e Mário Biava dormiam sossegadamente no alojamento).

Quem já jogou GTA sabe que é um dos jogos que mais liberdades dão ao jogador: você tem toda uma cidade para explorar e qualquer veículo está ao seu alcance. Normalmente, a idéia é cumprir as missões determinadas para seguir a história do jogo. Contudo, normalmente, as pessoas gostam mesmo é de ficar matando as pessoas da rua, assaltando os carros, etc. Calma, preocupado leitor, ninguém aqui saiu matando gente na rua nem roubando nada... Mas se você já jogou GTA sabe que o único modo para se localizar no jogo é um mapa no canto inferior esquerdo da tela, similar a um GPS. E é aí que entra o Vivaldão, que comprou um fantástico iPhone e que decidiu que não teríamos problemas nenhum para sair em Piracicaba (considerando que ficamos alojado na Put.., digo, quase em Capivari): o GPS encontraria qualquer coisa! Disso, realmente, eu não duvida. O problema era o Vivaldão encontrar alguma coisa no GPS. Em uma das noites, sem brincadeira, rodamos mais ou menos uma hora e meia, completamente perdidos. Dois problemas no GPS foram encontrados:

1°) O dono dele;
2°) O Vivaldão nunca sabia se a gente estava indo pra frente ou para trás naquela coisa;
3°) rotatórias: um terror! Teve uma rotatória que nos passamos, pelo menos, umas 10 vezes. Era incrível: quando chegava lá, nossas mentes travavam e pegávamos o mesmo caminho! Não conseguíamos sair do lugar! SIMPLESMENTE INACREDITÁVEL! Foi tipo uma mistura de “A Bruxa de Blair” com “Velozes e Furiosos”.

Bom, portanto, para você que joga GTA ou tem um GPS (não confundir as siglas) fica as dicas: Cuidado com a direção, cuidado com as rotatórias e, sobretudo, não deixe o Vivaldão de co-piloto!
(nota: depois de uma série de tentativas, devemos dar o braço a torcer e dizer que o GPS acabou sendo muito útil... Algumas horas depois. Mas útil).

Fim da Parte I

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

De volta para o Futuro...


"Tem alguém aí, Mcfly?! Tem alguém aí?!"
(Biff Tannen- De volta para o Futuro II)

Sim! Temos alguém aqui! Peço desculpas pela ausência prologanda. Logo mais, uma tentativa de reconciliação para com os fatos pendentes.

Feliz 2009 para todos nós!
Forte abraço,

Leonardo Vivaldo