sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Em solidariedade aos amigos do Timão...

Bem amiiiiiigos do xadrez de pressãããão...

Este é um blog destinado a esmiuçar as nuances que percorrem por dentre as misteriosas 64 casas. E Mais: plasmar (ainda que de maneira tendenciosa) as figuras que permeiam a fauna enxadrística.

E por mais verdadeira que seja a máxima “todo enxadrísta é um esportista frustrado”, isso não é motivo para deixamos de praticar alguns esportes e, claro, de apreciar alguns deles.

Entretanto, convenhamos: Isso aqui é o Brasil! País do Futebol! Pelé, mulata, samba! Copa do Mundo em 2014! Futebol!

Então, para quem acompanha o espetáculo do mundo da bola, já sabe que o São Paulo foi campeão, que o Santos (o time da família Vivaldo) provavelmente vai ficar em segundo, que o Flamengo (quem diria!) vai para a Libertadores...

Entretanto, nem só de comemorações vive o futebol. Ele é muito mais do que isso: liga pessoas, reencontra irmãos, reafirma amizades.

E é exatamente por isso que estamos aqui.

Este blog é mais do que uma voz solitária uivando para um mundo caduco.

É com muito orgulho que pela primeira vez no Xadrez de Pressão, não será o meu verbo manco que vós conduziráis. Mas sim uma mente genial (e igualmente) insana: Luciano “Cabeção” Miranda! Amigo de longa data do xadrez matonense, apesar de não jogar, povoa algumas das melhores histórias de nosso xadrez. Contudo, nosso inestimável amigo Cabeção não nós veio de tão longe para reclamar seus feitos heróicos que ecoam pelos quatro cantos do mundo. Esse humilde rapaz nos veio deixar uma mensagem de amizade, camaradagem e mais do que isso: Solidariedade com seus amigos Corinthianos.

Ao apreço que tenho pelos amigos Felipe El “Pelúcio” Debs, Christian “Quinto Elemento” van Riemsdijk, Jayme Cicogna Gimenes, Reginaldo “Jones” Albano, Ramon Carrasco Junior, Fábio Frare e todos os outros Corinthianos do xadrez, mas em especial um, o excelentíssimo senhor Fernando César “Neb” Frare:

Este post é pra vocês! (Com vocês as sacrosantíssimas palavras do São Paulino Luciano!).

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Corinthians X Vasco (28 de Setembro de 2007)

"Gostaria de compartilhar com os amigos, momentos de puro lazer de um pentacampeão do Brasil. Esclareço que o álbum de fotos que passarei a mostrar foi feito durante o jogo de ontem, entre Corinthians e Vasco da Gama. Como poderão reparar, foram instantes que misturaram sentimentos: alegria, admiração, espanto... Então, vamos ao que interessa:


Analisando a partida.


Reparem na faixa: tranqüilidade.


O jogo estava interessante!


De repente...


DioMadonna! Coitado do meu amigo Neb!


Futebol é matemática: será que ainda dá?!


Só pode haver um...


... E o futuro a Deus pertence!


Boa noite..."

"Deu pra ti, baixo astral, vou pra Porto Alegre, tchauuu..."

("In memorian" de Fábio Frare, Mário Valentim e Marcel Lopes).

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Jogos Abertos 2007 (Praia Grande) Parte II

Memórias de um Enxadrista de Matão- Momentos que não me lembro, de uma semana que não esqueço. (Tomo II).
- Uma Comédia em sete atos.


5) Noites


Noite e Maresia...

Quanta poesia se poderia tirar dessa comunhão?! Desta vez não muita. O que tiramos mesmo foram porções de camarão e cervejas. Em síntese, matonensemente falando, as noites se resumiram Eu e o Frare interagindo junto ao grande público (pois o
Vivaldão e o El Debs, sênior como são, acabavam indo dormir muito cedo). E que público! (Público? Eles sim que eram o espetáculo!).

E todas as noites foram resumidas a um lugar: QUIOSQUE 77/78. O Quiosque do JAPA!

Ficamos uma semana exata na praia. Eu e o Frare mantemos a tradição de beber “algumas” todos os dias. Felipe e Vivaldão bebiam suco de laranja e comiam pastéis. Água (sem gás) de vez em quando também. Aliás, toda noite começava indo levar o Jaiminho Gimenes ao hotel...

Lembranças, lembranças... Todas aquelas noites já se misturaram... Tudo agora faz parte de uma noite eterna, incomensurável, onde desfilam as mais ignotas sensações e situações. E uma tentativa em esmiuçar esses fragmentos de memória em datas, não se faz necessário. Seria impossível lembrar todos os que passaram ali (e quando passaram) para desfrutarem daquela “noite”. Então, ficaremos apenas em tópicos, nuances, que de alguma maneira escaparam do meu total esquecimento. Parodiando o poeta Inglês Dylan Thomas: “Não entres nessa noite acolhedora com doçura!”


-Já no primeiro dia encontramos o pessoal de Rio Preto e isso se manteve durante todos os outros dias. Tirando a figurinha já carimbada de Martín Crosa (que resolveu, algumas vezes, devolver um pouco dele a natureza, ao mar) tivemos aprazíveis surpresas:

Diego Di Berardino e sua música (feita pelo Crosa) que chegou a ser cantada por todo o quiosque e que promete ser o hit do próximo verão. Adriane e Marciane, sendo que esta última ocasionou uma blitz da polícia no táxi em que o pessoal de Rio Preto estava (Reza a lenda que ela foi confundida com uma criminosa. O que acham?!). Leomar (que merece um tópico à parte) e claro, o Ramon, que apesar do Corinthians, consegue sempre manter o bom humor. Entretanto, que me desculpe todos, o maior personagem, o nosso Hamlet nesta peça, foi o MI Eduardo Thélio Limp!

Seria impossível descrever toda a sapiência e genialidade que discorreu esse santo homem durante todas aquelas noites. Acredito sinceramente que se fosse possível uma compilação das teorias apresentadas ali, surgiria o Montaigne do século 21! Algumas passagens do mestre:

a) Interessantes observações sobre as obrigações do homem na sociedade contemporânea tendo como ponto de partida a relação com a mulher. Chegamos a um ponto que qualquer coisa pode ser usada contra nós (homens) no tribunal. Qualquer coisa mesmo!

b) Tempos atrás, em um torneio em Brasília (numa casa com os seguintes personagens: Guevara, Leomar, Limp e Caldeira) depois de vasta análise de uma partida do mestre Limp, reza a lenda que este teria apagado a partida (e as análises) para que Leomar Borges (seu adversário no outro dia) não pudesse vê-las e utilizá-las! Esse caso causou muita polêmica. Caldeira não desmentiu nem confirmou. Leomar argumentou com unhas e dentes (quase literalmente) o apagamento da partida. Argumentou tão bem que até o Limp já estava quase acreditando! Mas, o mestre Limp se defendeu à altura e segue aberta a questão... Teria o mestre Limp apagado a partida?!

c) Limp, amante de um bom cinema, saiu em uns dos dias junto com Diego, Adriane e Marciane, para ver um filme. O escolhido foi Resident Evil III. Impossível reproduzir a crítica que fez o mestre Limp tendo como base apenas os 30 minutos de filme que assistiu. Primeiramente, é interessante destacar que o mestre confessou o peculiar hábito de identificar-se (quase que metafisicamente!) com algum personagem dos filmes que vê. Nesse caso o seu escolhido morreu logo no início! Como poderia o mestre assistir a um filme se ele estava “morto”?! Mais do que isso, suas considerações estéticas sobre o filme revolucionariam toda a semiótica. No mais, ressalvo apenas a frase que proferiu depois de narrar a cena em que um zumbi (comendo um cadáver) tem a cabeça decepada e logo após é atropelado por um caminhão:
“-Que Poesia! Que Poesia! Eu Pensava...”

d) Afeito que é as modernidades e apesar de estar morando um pouco afastado da urbe, mestre Limp não dispensa a utilização das maiores novidades: internet via lua. É difícil a explicação do sistema, por ser demasiado técnico, mas sua comprovação é defendida pelo mestre Limp. A rapidez dessa internet também: o tempo em abrir uma foto ou um arquivo é igual a volta da lua ao redor da terra.

e) Eu tive o prazer, junto com Fernando Frare, de dançar na chuva com o mestre Limp!
E claro, cantando:
“I'm singing in the rain
Just singing in the rain
What a glorious feeling
I'm happy again”.


-Leomar Borges também merece destaque. Conhecido a muito tempo pelos matonenses e por todos os enxadristas em geral, Leomar é mundialmente querido. Duas passagens do mestre Leomar, em especial, me marcaram. Primeiramente suas considerações sobre esse blog. O Leomar lê mesmo isso aqui! Entretanto, confessou que parou de ler um tempo por que não entendeu (ninguém entendeu!) certo post que não convém lembrarmos.
Dei minhas explicações ao Leomar e esse também deu as suas. E isso foi, até onde eu contei, umas 10 vezes:

“Olha, eu gosto muito de você. Leio o blog lá e tal. Eu sou loco, mas aquilo lá... É coisa de loco!” (sobre o referido post).

Prometo Leomar: maluquices daquelas lá, nunca mais!

Em segundo lugar Leomar me cobrou, e muito, sobre eu ter dito que ele teria falado “o Korchnoi não entende nada de xadrez!”. Tentei explicar que disse "o Korchnoi não entendia nada era da abertura", mas o Leomar não aceitou! Bem, fica aqui o que eu escrevi no blog, no post VI Torneio Internacional de São José do Rio Preto no dia 20 de Abril de 2007 e tirem suas próprias conclusões:

“O Korchnoi toma de g... mas ele não sabe de nada, tem que tomar de peão de e! Depois faz o fianchetto etc. O Korchnoi? Ele não entende nada disso aqui!”

-Um fato curiosíssimo, mas que não vou citar nomes aconteceu entre um Árbitro Internacional e um dos jogadores que estavam jogando por uma cidade do interior de São Paulo. O Árbitro, que por convenção chamaremos de M.A., tinha deixado o referido jogador esperando a mais ou menos umas duas horas. Depois de muita demora o jogador que estava de saco cheio, e com razão, soltou em alto e bom som:

- Maaaaaaaaaaaaaaaauro, Poooooooooorra!!! (o nome usado é fictício).

O Quiosque todo parou. Silêncio. Durante alguns segundos foi possível escutarmos até as ondas do mar... Mais alguns desentendimentos depois, os dois foram embora.

O sucedido correu rápido entre o pessoal e tinha até um argentino, que não direi por onde jogou, mas que estava mais para ogro do que qualquer coisa, que ficava repetindo, todos os dias, o tempo todo:

- Oooooooo MOOOOOUUROOOOOOO!!!

No final ficou tudo bem, acho... O Mara deu risada(alguém já disse que o Marra é muito marrento?! Brincadeira!).

- A argentina Zuriel é muito simpática e não gosta de pastel de palminto.



- Em um dos dias, depois que o Quiosque do japa já tinha fechado, Eu e o Frare, rumamos até uma lanchonete ali próximo. 10 minutos depois parou um carro: Modesto (conhecido como Humilde) e Cassião! Esse último foi a revelação na arbitragem. Impagável a história sobre o torneio do Zé do Bloco! Mas só ele consegue explicar...

- As meninas de Ribeirão passaram lá. Mas o Gabriel não, uma pena...

- Quem conhece o Leonardo Bispo? Mascarado, não?! Já é mascarado daquele jeito sendo Bispo, imagina se fosse torre?! (Muito boa!). O Pessoal de Santos apareceu algumas noites por lá...

- Seria a Carolina, de Ribeirão Preto, a personificação feminina do Name?!

- Não esqueci: o Cris e a Patrícia passaram por lá. O Cris me deve "algumas cervejas"...

- Metade do pessoal passou por lá, pelo menos uma vez. Não vou relatar todos, mas sintam-se saudados!

(O Canário fez falta... Abraço Mestre).

6) Partidas

Finalmente chegamos à parte que deveria ser (e talvez seja) a principal desse post: as partidas. Ou seja, torneio em si. Não prolongarei demais esta parte: que entreguem o pão e abram o circo!

1°Rodada

Matão x Votuporanga

Chegamos. Antes da partida, como sempre: Cumprimentos, abraços, solicitações, etc.

Pulando a parte dos tramites legais, o emparceiramento apontou: Matão x Votuporanga.
Curiosamente, o carro do pessoal de iria jogar por Votuporanga quebrou no caminho e eles não chegaram a tempo. 4 x 0. Estávamos com sorte. (Álvaro Aranha, de Ribeirão Preto disse “agora não coloca no blog que foi W.O.” ?!).

2°Rodada

Matão x Limeira

A cidade de Limeira que tinha se classificado nos Regionais com uma forte equipe trouxe apenas iniciantes para jogar. Mais uma vez ganhamos de 4 x 0. E foi nessa segunda rodada que se iniciou a “pregação” do GM Neuris Delgado (Vocês não acham que ele tem cara de Pastor?!): Neuris, outrora conhecido como o GM Cubano mais legal do Brasil passou a ser o GM Cubano mais chorão do Brasil. Ele reclamava do nosso emparceiramento, dos nossos adversários, das nossas peças, dos tabuleiros, e chegou até mesmo a fazer acusações de transações ilegais de nossa parte! Chorava mais que *mandí! Mas, eu ainda iria sofrer mais com nosso amigo GM...

(*=Mandí: peixe natural do Brasil que quando pescado parece estar chorando. O peixe corno, gente! FRARE, Fernando Enciclopédia BASCA. ed. 3, 2007).

Algo que merece destaque, não por importância, mas por puro egoísmo de minha parte, é o fato de ter se iniciado aqui o meu exílio do 4° tabuleiro, ou seja, não mais joguei. Já falei anteriormente sobre isso, mas só quero deixar registrado aqui, mais uma vez, que o GM Neuris Delgado continuou a sua choração e pior: dessa vez ficou tirando sarro de mim. Aliás, ele tentou dizer que eu e meu irmão não tínhamos cara de enxadristas. E por acaso, ele tem cara de GM?! (Vivaldão disse isso na cara dele... Neuris, claro, resmungou alguma coisa. Como chora esse GM!).
Estávamos com sorte...

3° Rodada

Matão x Pindamonhagaba

Enfim, começava pra valer o nosso torneio. Tentamos explicar para o Neuris que nossa religião não permitia o trabalho no final de semana, mas não adiantava: ele continuava reclamando.
Jaime Gimenes chegou! No horário inclusive. Ganhamos de 2,5 a 1,5 sendo que Jaime jogou muito bem contra Matssura e Felipe empatou com Jorge Kasparov Bitencort. Logo depois do match algo meio chato aconteceu, que foi um recurso contra a cidade de Pinda. Não convém aqui ficar explicando. O recurso, ainda bem, não deu certo. No final ficou tudo bem. Aliás, abraço pro Bitencort, no qual conversei muito depois disso!

4° Ronda (em homenagem ao Neuris)


Matão X Ribeirão

Finalmente os eternos amigos e rivais de Ribeirão. E mais uma vez o empate 2 x 2.
O que dizer?! Nebe levou um amasso do Aranha, assim como o Felipe do Neuris. Vivaldão ganhou (pela primeira vez) do Name e o Jayme do Aníbal. Suado? Um pouco sim, como sempre...

E eu lá fora...

Neuris não chorou tanto. (Aliás, por que ele só jogava de brancas?!).
Estávamos com sorte...

Saindo um pouco do assunto: Eugênio, de São Carlos, deu mate de rei! Um show à parte. Para conferir a história consultem o blog do Xadrez de São Carlos que está aí do lado.

5° Rodada

Matão X Taubaté

3 x 1. Jayminho perdeu pra o GM Mequinho, mas outra vez jogou bem. Realmente as coisas tinham começado pra valer e não tinha mais match fácil. Poderia ficar aqui descrevendo as partidas, mas como eu não me lembro tão bem delas e além do mais eu não agüentava ficar olhando do fora, vou ressaltar algumas peculiaridades que observei:

- O Árbitro Cássio mandou, nesse dia, antes da rodada:
“2 minutos pra começar a parada!”
- O MF Sega, de Santos. Aquele homem merece o título Dalai-Lama de MF paciência. Dos dias que ele não jogou, e eu observei, ele pegava uma cadeira, colocava atrás do vidro onde estava ocorrendo as partidas e ficava lá, o tempo todo, olhando as partidas da sua equipe. O tempo todo!
- A essa altura eu já estava praticamente estagiando na arbitragem e passando partidas e mais partidas (da série A). Aliás, alguém me deve umas cervejas, heim Christian?!

6° Rodada

Matão x Mogi-Mirim

Novamente o empate, mas dessa vez nos 4 tabuleiros.

Dois Adendos: Marra quase escreveu na cara do Vivaldão: eu não vou jogar peão de rei! Como disfarça bem aquele garoto! E a melhor análise foi a que o Fritz fez da partida do Jayminho com o Luciano Maia: o Fritz prefere jogar a posição com dois tempos a menos do que seguir o plano do Jayme. Como ele mesmo disse: “O Fritz espezinhou a posição!”.

Será que o empate foi o melhor resultado? Bem, agora é tarde... Como diria o Zagallo “Só falta uma!”. Bem quê, isso não deu muita sorte na época, mas, enfim... Última rodada.

7° Rodada (o Gran Finale)


Matão x Franca

A noite tinha sido boa. No dia da partida almoçamos razoavelmente bem. Nenhum sinal de alucinógenos ou veneno na comida. Tudo parecia (e até estava) bem. Mas como explicar os eventos a seguir?! Renato Aragão, daí me uma luz!

Sinceramente, foi duro chegar até aqui e tentar buscar das profundezas do meu ser soturno alguma luz de lembranças. Entretanto é provável que essa parte final –das partidas - merecia um texto à parte, um tratado, um ensaio, um estudo, qualquer coisa que fosse possível para tentar explicar alguma coisa. Entretanto, a reflexão e a inflexão me fez chegar a uma palavra que sintetiza de maneira clara e objetiva tudo o que aconteceu: PAPELÃO!

O que faço agora? Narro os fatos? Choro? Grito, berro, xingo, blasfemo, chuto?
Melhor! Farei tudo isso junto! DIO PORCO! DIO CANI! PORCO LADRO!
Perdemos. Em suma. 3,5 x 0,5. Posso repetir de novo? PAPELÂO! Mais uma vez: PAPELÃO!

É difícil explicar o que aconteceu, mas depois de uma consulta minuciosa com o Jayminho Gimenes, encontramos um distúrbio raro conhecido como Demência Psicótica Coletiva que só se manifesta em um grupo especial de seres humanos, os possuidores dos genes XYC, onde o C representa o cromossomo Oh Cornéfilos Hominus, traduzindo: Ô Homem Corno!

A união de um grupo com esse gene, normalmente, acarreta vários danos a eles mesmos e a sociedade. O último caso encontrado foi na cidade de Chernobyl há algum tempo atrás.

Não temos outra explicação para o ocorrido e apesar de não termos feitos os testes, a patologia ficou comprovada depois desse match. Vale lembrar, apesar dos malefícios ocasionados pela patologia, algumas vezes ela pode chegar ser benéfica. O segredo é a alta concentração de endorfina no corpo. O caso mais famoso nos anais médicos é o de um grupo de comediantes conhecidos como OS TRAPALHÕES.
Nada mais deve ser acrescentado, apenas que o desconcerto foi geral (mais uma vez: PAPELÃO!) e por algum motivo ouvimos uma música, mais ou menos assim, tocando na premiação:
Tanananananana Tananananananana Tananananana...

2° lugar... Fazer o quê?! No final das contas, como bem observou o Mestre Mário Biava, sempre tivemos muita sorte, e dessa vez ela resolveu nos cobrar...

Parabéns para os amigos de Franca: Lidolfo, Serginho, Evandro (ele sacrificou um cadeira em um dos dias!) e ao MI Lucas Liaskovitch (o maior saltador do enxadrismo argentino!) e ao Scoby que ficava sofrendo do lado de fora junto comigo. Brincadeiras à parte, Parabéns mesmo! E parabéns também para a equipe de Ribeirão, apesar das reclamações do GM Neuris, que pode até ficar parecendo que eu zuei muito ele aqui, mas realmente, ele é muito gente boa!

Abraço também para todos os amigos, e amigas, que participaram!

7) A Volta

Fechem as cortinas. Baixem os panos. É terminado o espetáculo...

Gritamos e xingamos. Muito (Dio Porco! Dio Cani! Porco Ladro!) e até no salão vazio nós xingamos. Entretanto, nada mais poderia ser feito. “Com o corpo muribundo e alma despedaçada” como eu disse uma vez e o Jayminho tanto apreciou, tínha terminado.

O que dizer?

“Negócio seguinte: o sonho acabou e, depois, não sobrou mais nada.”(Charles Bukowski, escritor)

Não é para tanto... Ouve blasfêmias? Sim. Ouve xingamento e troca de insultos?! Vários. Mas, é incrível como a nossa equipe se manteve impoluta e não perdeu a cabeça.

Depois da última refeição dos condenados no hotel onde o Jayminho estava (devo reconhecer: a comida lá também era boa!), nos preparamos para subir a serra. Aquela idéia, exposta no início, da morte e cordão de isolamento, bombeiros, etc, foi lembrada. Merecíamos (não o cortejo, mas a execução! Crucificação era pouco!). Antes de partimos Felipe recebeu a última boa notícia do dia: Os Demônios da Garoa iriam fazer um show ali perto da praça e não seria preciso pagar os 45 reais (fora pedágios, combustível e outras coisas) que Felipe pagou, uma semana antes, para ver os velhinhos tocarem, pois o show seria de graça. De graça!

Nosso cortejo fúnebre seguiu em dois carros: Jayme, Frare e eu em um e Felipe, Vivaldão e Taís Julião em outro. Os xingamentos não ficaram só dentro dos carros, mas até troca de gentilezas entre os dois carros aconteceu. O melhor mesmo era ver o Felipe insanamente no volante, para cá e para lá, devido ao seu co-piloto Vivaldão.
Mas, demos risada também. Entretanto, acho que o ponto alto foi perto da casa do Vivaldão, onde todos nós gritamos para o viaduto todo escutar: PAPELÃO!

Deixando Vivaldão e Taís em São Paulo, seguimos para o interior, agora eu e Felipe em um carro e o Jayme e o Frare no outro. Continuamos as blasfêmias, mas houve uma coisa boa nisso tudo: se a equipe não fosse tão unida e não houvesse tanto “amoooor” não tínhamos passado nem nas curvas de Santos...

E foi isso.

Para ressaltar, devo acrescentar mais uma vez: PAPELÃO!

E mais uma: PAPELÃO!

Talvez esse post poderia ter sido expresso só com isto: PAPELÃO. Mas, ficamos com todo o resto também, pois:

“... para os cômicos de profissão, as coisas sérias têm atrações fatais...” (Baudelaire)


(essa foto exprime todo o nosso sentimento frente as acontecimentos narrados...)
É nóis... PAPELÃO!

Jogos Abertos 2007 (Praia Grande) Parte I

Memórias de um Enxadrista de Matão- Momentos que não me lembro, de uma semana que não esqueço. (Tomo II).
Uma Comédia em sete atos.



Nota Preliminar

Feito de maneira altamente pessoal, rápida e tendenciosa, este post foi concebidos em meus raros (raros?!) intervalos de folga duma fatigante carreira de estudante de Letras que é amalgamada por dentre delírios, TOCs, provas, devaneios, trabalhos, comemorações bacantes, estágios na arbitragem, seminários e especialmente o Xadrez, que nada tem há ver com carreira, mas é a parte principal e quase- repito, QUASE- sempre a melhor.

Este Post que a princípio se resumiria a história (e não estória, por mais que algumas passagens possam merecer) da Campanha da equipe Matonense até Praia Grande, acabou perdendo toda a sua atualidade de publicação em virtude de causas que acho desnecessário apontar (já não fiz isso lá em cima?) e que poderão ser apreendidas por entre as entrelinhas da trama com exceção de uma (que faço questão de expor): a velha “discordância desmemorial dos fatos” que vem se agravando, cada vez mais, em mim.

Ao post, então, devido a estes pormenores, arranjei-o tomando apenas algumas variantes do assunto geral, ou seja, do tema (a Campanha), que a princípio era dominante, mas que acabou figurando como mais um dos muitos fatos ali presentes.
Tentei esboçar, palidamente embora, ante o olhar de futuros enxadristas, amigos, ociosos, circenses e afins, os traços atuais de uma comédia real.

Notaremos a falta de uma caracterização exata de gêneros: teremos ora momentos da mais pura poesia (“Que Poesia! Que Poesia” – Limp), ora o drama ferrenho, duro, cru, ou mesmo a Comédia em si...

O termo comédia fora usado muito menos para definir, e sim, mais para acentuar uma intenção primeira, que de pouco, ou nada, se consolida como o teor principal destes relatos (Tragédia?).

Em suma: se para o registro mais fielmente possível usei o termo Comédia, faço porque a sua instabilidade de complexos e de fatores múltiplos e diversamente combinados, aliada às vicissitudes históricas e deploráveis das situações mentais em que jazíamos, parecem circunstranscrever melhor os fatos a seguir (bonito, não?).

E foi, na significação completa da palavra, um Papelão...

Apresento, então, os fatos de forma integral tanto quanto o permitir a firmeza do espírito e não pretendendo o deboche simples e vulgar, mas sim o riso superior do escárnio que vem de cima não só para julgar, mas para demonstrar que nada deve ser levado a sério demais...

Pois assim, acredito, faremos (eu, você que está tendo a paciência de ler e mais as personagens relatadas) jus ao admirável conceito de Marx (para delírio do Vivaldão):

“Por que tal curso da história? Porque a humanidade se separa alegremente de seu passado. ”Matão – 2007

(Lembrando que a parte I destas Memórias está contida no post de subtítulo homônimo do mês de Agosto que se refere aos Jogos Regionais Barretos-2007. De certo modo onde tudo isso começou...).

Leonardo Vivaldo

1)Ida


Já dizia uma música (será que foi mesmo uma música? Ah! Minha desmemoria...): “A Ida é sempre maior que a volta”.

Não que isso faça algum sentido agora ou que vá mudar alguma coisa do que será dito, mas, fica aí o pensamento... Sim, partimos!

Eu e Fernando Frare, de ônibus até São Carlos para de lá, unidos a El Debs, de carro, seguirmos até São Paulo para pegar o Vivaldão e de lá, finalmente, para a Praia Grande!
E para quem pensa que as coisas são simples (simples?!) assim, estes não poderiam estar mais enganados.

Chegar até São Carlos de ônibus (e perdendo ônibus!) até que é suportável. Agora, sair de São Paulo com o Vivaldão é sempre uma aventura: Vivaldão consegue nos levar sem querer para as mais badaladas bocas de fumo, zonas de assaltos e afins. Além do quê, a condução de Vivaldão se baseia em “vira aqui” e “vira ali” e sempre com a mão na cara do motorista! E nada de direita e esquerda, por que isso pode COMPLICAR muito... E o mais legal: tudo isto era feito em cima da hora, para testar a nossa paciência e os reflexos do El Debs...! Um show à parte.

Enfim, depois de muita neblina na Serra e divagações de como seria o nosso enterro caso os quatro morressem ali (carro de bombeiro, velório no estádio da cidade, cordão de isolamento!) chegamos a Praia Grande. E só encontramos o alojamento por que o zelador de Matão viu o nosso carro passando e saiu correndo atrás! Falando assim ninguém acredita, mas aquele senhor é que devia estar na corrida dos 100m... E com barreiras!

É digno de nota também que Jaiminho Gimenes, o nosso Monk, conseguiu sair de Ribeirão Preto e chegar até a Praia Grande sem errar nenhum caminho! Quase cair com o carro dentro do mar, não conta! Estávamos com sorte...

2)Alojamento e Alimentação


Já enfrentamos (no quesito alojamento) escolas agrícolas, escolas de bairros afastados, escolas que eram praticamente o próprio afastamento (a civilização não aparecia ali há muito tempo) e até escolas primárias, onde a carteira mais alta parecia um andador de bebê...

Mas a vida e os jogos passam e você vai ficando calejado... Até que um dia você fica alojado em uma colônia de férias (não é colônia penal – o que em Jogos isso não seria um espanto! – era uma colônia de férias! De férias!) com televisão, tomadas que funcionavam, banheiro individual (nada de entupimentos e constrangedores “Bom-dia” tanto a lado de seus companheiros de equipe como ao lado da equipe TODA do Basquete!). Camas (minha mãe, camas! Três Beliches para quatro pessoas! Nada de carteiras amontoadas e abrindo durante a noite! Nada de chão duro!). O ventilador de teto também funcionava e pasme tudo isso a 500 metros da praia! Não, não é brincadeira, foi verdade!

A título de nota dois jovens mancebos –entendam ALUNOS- de Matão também foram (mas ficaram só até quarta-feira): Rafael Alemão e Vanderley. E olha só: a molecada ficou em outro quarto! Não, não... Isso era demais. Só faltava ser Open-Bar aquilo lá... Mais uma vez, estávamos com sorte.

E falando em bar, que lembra comida, bem, nem tudo foi perfeito... Como era uma colônia de férias, não se tinha cozinha, então, o jeito era comer em algum dos restaurantes ali perto. Olha, talvez, um jejum espiritual não tivesse sido uma má idéia. Acredito, humildemente, que a comida veio manter a tradição só que invertida: Normalmente é comida de hotel e banheiro de presídio, mas dessa vez foi quarto de hotel e comida de presídio. Tirando o dia em que comemos um belo rodízio em uma churrascaria e mais as porções de camarões nos quiosques da praia, não terei outras boas lembranças gastronômicas... (a comida não era tão ruim assim. Estava até boa. Mas um pouco de drama não faz mal pra ninguém, certo?!).

Voltando ao alojamento... Tínhamos três beliches. Eu, Vivaldão e Felipe dormimos em baixo. Frare dormiu em cima da minha (...?!).

Tudo correu tranqüilo no quarto. O banheiro não entupiu. Dormimos quase todos os dias até as 11 horas da manhã, e só não dormíamos mais por que o restaurante que servia o almoço fechava mais ou menos ao meio-dia. Acontecimentos que se fazem necessários o relato:

- Os passeios constantes que Frare fazia pelado pelo quarto. Acho que o vimos mais pelado do que de roupa. Pelo menos no quarto. Segundo Felipe “nem é preciso mais olhar: é só eu fechar os olhos que tenho a imagem cristalina em minha mente”;
- Ouve certa reclamação de Frare e Felipe sobre a demora dos Vivaldos no banho e na “arrumação”... Pura inveja!
- Não faltaram demonstrações homo afetivas no quarto. Contabilizaram
duas, ou três, constrangedoras carícias no jovem Felipe.
- Eu apaguei as fotos que meu querido irmão fez o favor de tirar enquanto eu tomava banho. “Sem Noção” é pouco para o velho Vivaldão;
- Frare sempre acordava com algumas frases do tipo: “Porco cu, Porca Madonna!” ou (quando era para acordar alguém) “Acorda aí, cornuto!” Esse é o Padrão Frare de Qualidade!
-Certa manhã, fomos acordados por vozes femininas (por volta dos seus 60 anos) falando das maiores perversões possíveis! Marquês de Sade e toda a cidade de Sodoma ficariam corados: eram as “meninas” da limpeza! Nosso amigo Moacir (o Mô), motorista e dirigente, caridosamente resolveu dar uns docinhos as moças para ver se elas se acalmavam. Logo depois de entregá-los, quando virou as costas, ouviu a máxima, de uma das senhoras: “Eu queria era amooor!”;

3)Música, TV e PC


As músicas, na ida, se resumiram em muito Paradise Lost (banda que aprendi a apreciar graças ao Frare). Entretanto, nas rodadas que não joguei (e foram muitas, para não dizer QUASE todas. O que na verdade mereci mais pela minha atual incompetência – não que antigamente tenha tido alguma- do que pela escalação em si), ouvi muito Zeca Baleiro.

Mas depois consegui baixar dois álbuns do Iron Maiden e isso salvou um pouco as coisas. Não que eu seja “o metaleirão”, como diz o Frare, mas é que ultimamente, preciso de barulho. Quanto mais inconsciente a música ficar para mim, melhor... E não vou divagar sobre isso aqui!

E foram essas músicas, ouvidas no celular hit-tech do Vivaldão, que me salvaram do colapso nervoso do lado de fora!

No alojamento ouvimos de tudo um pouco. Certo dia Felipe ouviu umas músicas que não sei se eram de uma banda ou se era uma coletânea de várias bandas, mas que sinceramente, espero nunca saber! Ah, o Jaiminho Gimenes gosta de Rock! Por exemplo? Deep Purple!

E estávamos bem hit-tech’s mesmo: Tínhamos dois lap top’s no quarto. Três se contarmos o do Jaime que estava no hotel! E nada de preparação com eles: Muita música e muito Civilization III by El Debs. Eu e Frare só assistíamos...

A televisão não foi tão usada. Um pouco de jornal, programas de variedades e o desenho Transformer (o Frare que assistia!).

Memorável foi o comentário de Frare sobre um daqueles comercias do tipo “Disk-amizade”:

(Cada um na sua cama, com exceção de Felipe, em pé, Todos olhando a televisão. Passa o referido comercial e duas moças tentam convencer o pessoal a ligar. Frare Olha e diz):
-“Olha que duas Bisc@4$%&*#!” Mais uma vez: Padrão Frare de Qualidade!


4)Estudos e Particularidades


Quantas e quantas almas ingênuas levam livros, apostilas, e semelhantes, para Torneios e Jogos?! Quem nunca fez isso que atire a primeira pedra!

A equipe, com exceção do Jaime, mas que apesar disso é o mais estudioso, pois é um médico sempre bem atualizado e bem informado (não só em sua área: suas explicações sobre Física Quântica que o diga!) todos estão estudando. Temos dois universitários (eu e Frare- este já na segunda faculdade) um mestrando (Vivaldão, na Pedagogia, ops, brincadeira, SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO) e um vestibulando (El Debs, que abandonou a engenharia para ir se divertir mais uma vez nos vestibulares da vida. Fez 61 pontos no ENEM!).

Eu levei quatro livros:

-Clepsidra,(o Vivaldão tentou ler uns sonetos. Até ficou bom, mas parecia mais os Contos da Cripta),Morte em Veneza, As Meninas e O Estudo Analítico do Poema.

Saldo Final: o fichamento que eu deveria ter feito sobre o livro de Antônio Candido (o que citei por último) se resumiu a algumas anotações feitas em UMA folha daqueles bloquinhos de anotações da Federação. Li mais ou menos 10, 15, páginas do livro do Thommas Mann. E só.

El Debs levou duas apostilas do cursinho. Segundo o próprio, ele deveria ler algo sobre o período colonial no Brasil. Ele pegou duas vezes nas apostilas. Cerca de... 15 minutos.

Vivaldão levou alguns livros e Xerox de livros... Nem tirou da mala.

Frare não levou nada.

Particularidades interessantes: o conhecimento de Vivaldão sobre castores.Você sabia que esses bichinhos constroem casas que nem os Ursos conseguem destruir?! Bem, o Vivaldão sabia! Discovery Channel ficaria no chinelo!

E se você jogou os Abertos, responda rápido: quem eram aquelas cabeças que tinham em frente ao local de jogos?! Você também ficou com medo de cair quando passava de um salão para o outro?! Você também pagou por engano um tal de seguro contra assalto no caixa eletrônico?

Para finalizar, um forte enxadrista do interior, que disputou os jogos por uma de nossas cidades irmãs, nos relatou o seguinte:

“No quarto que fiquei tinha duas camas. Uma de casal e outra de solteiro. Pensei como seria conseguir duas moças, para dormirem comigo, uma em cada cama. Mas, como não encontrei, acabei dormindo sozinho. Na cama de solteiro”!

fim da parte I