sábado, 21 de julho de 2007

Alguns (des)apontamentos.

Ouvindo: Poema (Letra do Cazuza, música do Frejat, e com o Ney Matogrosso cantando... É, ele mesmo. Que foi?! “Ser um homem feminino, não fere meu lado masculino”!).

Frase (ou pretensão de, pois, são dois versos, que são até superiores a frases, então, bem, enfim...):
"que toda viagem
é feita só de partida."
(Paulo Leminski)


Para aqueles que vivem presos em algum tipo de compromisso estudantil (não importando muito o nível) esta época é uma das melhores do ano (“uma das”, pois não nos esqueçamos do Natal e do Ano Novo -quanta lasanha, arroz temperado e peru- E claro, do Carnaval: “Quem me vê assim, parado, de lado, acha que não sei sambar... Tô me guardando pra quando o Carnaval chegar...”). Bem, de qualquer forma, é época de olhar para trás e dizer “Finalmente... Acabou!”. Não por muito tempo, é verdade, mas, entretanto, “mentiras sinceras me interessam”. Então, vamos aproveitar. E falando em aproveitar, tentarei tirar umas férias. De verdade, e de tudo. “Fugir de todos, até de mim!”. E isso implica o mundo virtual também.

Pelo menos, duas semanas de máxima alienação hi-tech que eu conseguir. Então, para não deixar este espaço sócio-cultural-virtual-enxadrístico-obsessivo-compulsivo tanto tempo sem nada, deixo aqui esse pequeno “jogo-rápido” meu comigo mesmo. Isso não é uma entrevista esquizofrênica, nem uma tentativa de ressuscitar heterônimos. São apenas alguns temas que me vieram a mente insana neste instante, e por algum motivo bizarro.

É algo que sempre quis fazer, e que tenho que confessar, é uma mera cópia do que vi, certa vez, no Blog do Paulo Henrique Amorim (“Olááá?! Tuudo Beeem?!”) Conversa Afiada. É uma lista de algumas coisas, assuntos, que me agradam, ou, que não me agradam em nada. Na verdade, esta lista que segue, é só sobre temas que não me agradam. É provável, argumentarão alguns engraçadinhos, que o motivo disso é por que estes temas seriam infinitamente maior para mim.
Para estes, não perderei meu tempo. Vocês já estão nesta lista, fiquem certos disto. Além do mais, como já expliquei, são apenas alguns apontamentos. Não irei buscar do fundo de minhas entranhas todas as minhas feridas. São apenas divagações curtíssimas --e mal humoradas- e não minha biografia! Pois vejam: Culpam “Os sofrimentos do Jovem Werther”, de Goethe, como responsável pelo suicídio de vários Jovens. E não é isso que queremos aqui (mais por falta de talento, do que de vontade).

Bem, vamos lá.

O Xadrez De-Pressão é um blog de informação, opinião, indagação, observação, devaneio, delírio. O que importa aqui é “a orgia perpétua” das cousas. (As informações são altamente questionáveis, e a opinião é excessivamente particular. As indagações são bizarras e as observações descabíveis. O resto, é exatamente aquilo mesmo). Nesses tempos de intensas polêmicas sobre tudo e todos, é importante fazer as seguintes observações para que o internauta amigo não se deixe enganar. O Xadrez De-Pressão não gosta de:

1) Magnus Carlsen

2) Zurab Azmaiparashvili

(O primeiro pela cara. “Eu ouvi falar que o Carlsen é gente boa.”- Vivaldão. Ele tem 16 anos e 2700 de rantig. Gente boa?! Isso é impossível. E o segundo pelo sonoro, e musical, nome. Ele deveria constar em uma bula de remédio, e não em um informador: “o efeito do vírus Azmaiparashvili C é nocivo a flora intestinal pelas reações...”).

3) Gambito Morra

4) Aberturas “esquifozas” contra 1...e5.

(Isso lá é nome de gambito?! É muita ousadia! E no segundo caso, dessa maneira, eu nunca consigo jogar a Ruy Lopez, 3...Cf6- Berlinesa. A dança do Rei negro, em algumas linhas, para trocar as torres na coluna d, tem “um quê” de Jonh Travolta. É uma questão estética, e não tática ou estratégica).

5) Não ter barba (Sabe aqueles tempos em que você deseja deixar claro para o mundo “mantenha distância”? Pois é, o comum ao homem é deixar a barba crescer, ou não tomar banho, ou até mesmo resmungar -falar- sozinho. Barbudo, louco, sem tomar banho, é exótico. Louco, sem tomar banho, e sem barba, é nerd vagabundo.).

6) “Matão, Terra da Saudade” (Faz tempo que nosso querido Complexo-Urbano com codinome botânico está mais para Terra do Nunca... Pois nunca tem nada).

7) Blogs que não são do “blogspot” (salvo raríssimas exceções).

8) Foras do tipo “Sou legal, e não estou te dando mole”, “Você está confundido as coisas”. Freud tinha razão: “Afinal, o que querem as mulheres?”!

9) Green Day, Blink 182, e afins (“É falta de pau pra cabeça!”. Fernando “Nebe” Frare, pensador Matonense).

10) Umas questões de mistério apenas:
-Quem é a “Beata Agradecida” que comentou uma única vez?
-Quem é “Tajurás” que comentou uma única vez?
-Quem é o “O Profeta com um copinho de pinga boazinha na mão” com quem a Taís conversou? Será que...?

11) Não ter postado a entrevista com o El Debs só por que ela estava horrível. (Fica aqui uma pergunta, e uma resposta, para cada um tirar a sua própria conclusão:
- Qual campeão mundial você levaria para uma ilha deserta?
Felipe: É uma pena que a Judit não chegou lá ainda... Bem, acredito que Stenitz. Pois, era o mais dogmático em seus conceitos. E sendo um verdadeiro cavalheiro do SÉC. XIX, e em certos momentos de extremo desespero, não nos deixaria cometer nenhum ato que nos arrependêssemos depois. Reza a lenda, que o mestre até jogava com Deus. Portanto: Não nos deixei cair em tentação, livrai-nos do mal, amém!


12) Dizem que sou “quadradão”. Eu sou no máximo um cubo... Quadrado em TODOS os lados! Em suma: “Yo soy romantico!”

13) The Sims, Second Life, entre outros (a vida real já é difícil, pra que eu vou querer outra?! Não dou conta nem dos problemas dessa. Prefiro matar alemães -nada contra!- em Call of Duty).

14) Prestar contas de torneios na Prefeitura de Matão. (Hopi-Hari morra de inveja!).

15) “O Albergue” (que filme ruim! E ainda vão lançar o 2 ...).

16) O Goleiro Doni (?!).

17) Whiski sem gelo.

18) “Você é o Vivaldão ou o Vivaldinho?! Nossa como você parece o seu irmão!”.

19) Ser Prolixo na prova de Literatura Portuguesa.

20) Preguiça de postar algo novo, e ficar copiando dos outros.

21) Não ter dinheiro para pegar um ônibus São Carlos-Araraquara (fato verídico. Vide foto).

22) Ficar alucinado por assistir filmes de guerra.

Paro aqui. A tropa já está se preparando, e a caminhada será longa. Reagrupamento estratégico em Maryland (codinome para Marília, Soldado) onde tentaremos obter algumas informações sobre o terreno e sobre o efeito de certas substâncias no desempenho dos soldados. Até mais filho, seja forte. Na próxima semana estaremos em batalha, agüente firme. Os reforços estão chegando. Câmbio Final.

Até mais.
Forte Abraço.

sábado, 14 de julho de 2007

Carta Aberta ao Mestre Vanderley Cason de Melo, o Canarinho



Caríssimo "Seu Cason":

Antes de qualquer outra coisa: passei esses últimos tempos lembrando-me de você. E tenho que te dizer: estou indignado. Não, não me refiro, a algum dinheiro, ou promessa, que eu possa ter ficado te devendo. Nem tão pouco, faço referência a algum assunto enxadrístico especificamente. O que quero dizer, que está me deixou profundamente indignado, é que não contestou minha última carta. E espero que não tente utilizar a velha desculpa de que não está mais aqui. Ambos sabemos, que entre “los artistas del tablero”, essas coisas não tem muita importância.
Vide aquela velha história de Tal, lembra-se?!

Certa vez (bem no auge deste campeão russo) começou a circular uma história de que ele tinha morrido. Entretanto, a dúvida logo se desfez, pois Tal apareceu em Moscou para jogar o Campeonato Russo. E lá, soltou a seguinte máxima: “Os boatos sobre a minha morte foram um pouco exagerados...”. Sem esquecer que neste mesmo torneio, nas primeiras rodadas, depois de um dos seus típicos sacrifícios, um dos mestres locais exclamou: “Nada mal para um morto!”.

E temos também a história daquele mestre maluco, o Bent Larsen. Que era visto pelos corredores dos torneios divagando ”Profesor, aunque continua muerto?”. Supostamente era para seu falecido professor Max Euwe...

Mas como estava te dizendo, antes de perder o fio da meada, estou terrivelmente indignado por causa deste teu silêncio em relações as minhas cartas. Minha última missiva foi terrivelmente boa, várias páginas de puro humor e poesia, bem ao gosto do velho estilo... Por Deus! Ainda que eu não tenha nunca te enviado uma carta (ou vamos ser mais modernos, mesmo um e-mail), isso não é motivo para não ter me respondido.

As coisas não mudaram muito depois que te retiraste. Ainda temos um grande contingente de garotos novíssimos, super decorebas, que temos que ficar tentando enrolar. Os mestres continuam nos batendo, mas seguimos firmes.

E o Gabriel vai muito bem, obrigado. Todos nós gostamos demais dele. Ainda que às vezes ele continue “jogando feito um idiota” está sempre beliscando as primeiras colocações. E eu tenho que confessar, se me permite dizer, pois confissões nesta altura do campeonato sempre tendem ao ridículo, mas ele é o meu maior ídolo no Xadrez Brasileiro. Como você me disse certa vez “La llama segue ardiendo!”.

Sabe, no fundo, até que eu e você nos parecemos. E não estou me referindo a aquela história dos Jogos Abertos de Botucatu, sobre coincidências e caminhos que se cruzam:

“- Hei, Matão! Aonde você vai?!
- Estou indo no orelhão.
- Há! Sei! Você está é indo pro bar!
- Não, não estou indo não!
- Eu estou, vamos?!”


Nem falo sobre as caipirinhas sem açúcar (nisso, realmente, não nos parecemos). O que quero dizer, é que ambos somos morenos e usamos óculos. E sobre os óculos, é importante lembrar, o uso deles principalmente quando a partida complica. Isso quase nos coloca como irmãos. Nós e mais “trocentos” malucos que passam suas tardes observando o envolvente dançar de pedras de madeira (plástico às vezes, é bem verdade). Mas se você acha que irmãos discutem muito, e se ser irmão é motivo para brigar, ou mesmo de deixarmos de nos falar, e isso é razão para não responder minhas cartas, então tire essa minha idéia estúpida da cabeça.

Mas o que não podemos evitar de verdade é nossa paixão pelo xadrez. Ou pelo menos o xadrez bem jogado (onde nem sempre éramos nós os protagonistas). “Mas o que importa o resultado se a idéia deu certo?” Contestou Petrosian, por esses dias, em uma partida que teve há pouco tempo com o Chigorin, aí pra esses lados...

E quem é o verdadeiro campeão mundial, hein? Será que um dia teremos o fim de tantas briguinhas? É realmente um grande dilema para todos nós. O xadrez não é mais o mesmo. O xadrez de hoje não é mais como era dantes... Sim, estamos velhos e tudo nos molesta. Inclusive as paixões...

Aliás, ainda que eu tenha te dito lá em cima que não estava fazendo “referência com algum assunto enxadrístico especificamente” ele se tornou o tema principal dessa carta faz tempo. E poderia ser diferente?!

Bem, em fim, velho amigo, não quero te roubar mais tempo. Preferiria roubar-te mais dinheiro.

Te adoro, velho malandro, esteja onde estiver:

Leonardo Vivaldo (Está bem, está bem: o Vivaldinho)