segunda-feira, 20 de julho de 2009

Inter Clubes 2009

"O cinema é um modo divino de contar a vida." (Federico Fellini)


Notícia de última hora! Matão é 3° lugar no Inter Clubes Paulista de Xadrez!
É, está certo... Não foi engraçado.
Pois é: cá estamos mais uma vez: desatualizados e, como começo acreditar, cada vez mais “desatualizantes” (o Word não reconheceu a palavra.)

Não podemos reclamar muito, pessoal. O mundo é isso: a novela da Record continua jogando cada vez mais mutantes na tela – a última que eu vi: um deles era o “derradeiro sobrevivente da cidade de Atlantes” e acabava tendo a Pedra Filosofal – é, eles tinham a Pedra Filosofal! – roubada (!) na escola (!!) onde estuda (!!!.); o time do Santos não segurou o Corinthians do Ronaldo (é complicado. Dou o braço a torcer: ele acaba pesando na balança); a Matonense se classificou para a 2° fase da A2 do Campeonato Paulista; O Michael Jackson morreu – e havia ingressos para o funeral. Aliás, agora as músicas dos Beatles voltaram para o Paul?!; Theo Beck(er) é o “maluco” do momento: Andressa, volta para ele!; Alguma Guerra importante fez 100 anos e será lembrada nos Vestibulares (que estão mudando). Dica: O Homem pisando na lua, logo, Guerra Fria!; O presidente, ou não, de Holduras, continua passeando por aí; tivemos mais uma continuação do Exterminador do Futuro (que só vai acabar quando aquilo tudo virar verdade... DE VERDADE). E é aí que eu queria chegar: cinema, ficção. Quem disse que a arte imita a vida?! Não seria a vida que imita a arte?!

Portanto, deixando aqui uma singela homenagem a sétima arte, vamos tentar fazer um flash-back sobre o que foi (ou deveria ter sido) o

CAMPEONATO PAULISTA INTERCLUBES 2009.
- 28 de fevereiro e 1 de março (na Hebraica)
- 7 e 8 de março (no Esporte Clube Pinheiros)

Roteiro: Leonardo Vivaldo
Diretor de fotografia: Herman Claudius
Diretor de Arte: Fernando César Frare
Figurino: Felipe El Debs
Direção: Christian
Efeitos Especiais: Fernando Arrais
Edição: Eduard Marra de Tesoura
Produção: Mário Biava


Prólogo
A história começa com Fernando Frare e Leonardo Vivaldo dentro de um ônibus rumo a São Paulo. Eles pensam no curioso fato de dois “débeis mentais” (Vivaldão e El Debs) estarem esperando eles lá em SP. Contudo, durante as quase 5 horas de viagem, se deparam com a realidade: trabalho, faculdade, família, 5 horas de ônibus, trânsito, stress, fome, sono: eis o mundo em que resolveram entrar por livre e espontânea (de) pressão (?)... Em fim: quem eram os verdadeiros débeis?!

(nota: chegando no metrô República eles se deparam com a mesma cena do ano anterior: estavam quebrando, no mesmo lugar, com as mesmas britadeiras, e o mesmo som ensurdecedor, o mesmo piso do metrô. Ou é a reforma de piso mais longa da história do metrô ou eles estavam entrando em De Volta para o Futuro. Nem uma nem outra coisa: bem-vindo ao prefeito Kassab*.)
* essa foi explicitamente para o Vivaldão



1° Rodada: Além da linha vermelha

1 Aramaçan A 2.5 x 1.5 Pinheiros A
2 ATC 2 3.0 x 1.0 Iniciantes
3 Circulo Militar "A" 0.5 x 3.5 Clube de Xadrez de Matão
4 CXS A 3.5 x 0.5 CXS B

Del Bosco 0.5 x 0.5 L. Vivaldo
El Debs 1 x Charles Man de Toledo
Da Mata 0 x 1 F. Vivaldo
F. Frare 1 x Cléber Holanda

É isso. Começou a “bagaça”. Ouvem-se os tiros e os Sargentos gritam: GO, go, go, go! RUN, RUN! Fire in the hole! Fire in the hole!

Não tinha mais volta: já estávamos Além da Linha Vermelha.

O batalhão era composto por:

Soldado raso Leonardo “Ryan” Vivaldo (todo mundo podia matar uns alemães e voltar para casa e pronto. Acabou a Guerra e você é um feliz veterano atormentado, morando numa casa de cerca branca numa cidadezinha do estado de Massachusetts, acordando no meio da noite com os gritos de seu companheiro que foi morto ao seu lado, e teve as tripas caindo para fora, mas não: todo filme de Guerra tem que ter sempre um idiota para complicar as coisas. No caso aqui o idiota sou eu: “Vai lá, Ryan e fique segurando a ponte contra os tanques e a infantaria Alemã. O quê?! Relaxe... Os reforços chegarão a tempo!).

Segundo Tenente Felipe El Debs (todo filme de guerra tem sempre um estrangeiro que ajuda os mocinhos americanos – tem os “carcamanos”, os “tchiacanos” e, neste caso, temos a força árabe. Especialista em explosivos: é o homem bomba do grupo.)

Primeiro Sargento Fernando Vivaldo (o Sargento, que é sempre o melhor amigo do Capitão e despreza os outros soldados, tem sempre duas possibilidades no filme: ou ele morre numa “morte honrada”, salvando metade do pessoal, ou ele vive para dizer “O Capitão era um grande cara”. Ou nada disso também...)

Capitão Fernando César Frare (o capitão é o cara que fica lá atrás e manda os outros correrem... Até alguém bater continência para ele e ele acabar tomando um tiro na cabeça.)

Para um começo, nada mal: saímos praticamente sem baixas: 3,5 a 0,5. Claro que o Ryan meteu a cabeça lá na frente e quase perdeu a orelha: começava, aqui, um filme particular. Como bem acrescentou o mestre Herman “Vivaldinho escapou hoje”. El Debs e Vivaldo ganharam bem e o Frare ganhou uma partida curiosa.

2° Rodada – Titanic

1 Pinheiros A 2.5 x 1.5 CXS B
2 Clube de Xadrez de Matão 1.5 x 2.5 CXS A
3 Iniciantes 1.0 x 3.0 Circulo Militar "A"
4 Aramaçan A 4.0 x 0.0 ATC 2

L.Vivaldo 0.5 x 0.5 L. Coelho
Ovelha 1 x 0 El Debs
F. Vivaldo 1 x 0 Sega
Campello 1 x 0 F. Frare

Nem só de alemães maldosos vive o cinema. O cinema também é amor.
Mas nem só de finais felizes vive o amor do cinema: enquanto lá na frente o senhor Leonardo (Di Crapio) abre os braços e abraça a Kate Winslet, digo, o empate, lá atrás o casco racha e água começa a f*&%# tudo... E assim foi...

“O Barco está afundando! Mulheres, Crianças e... Vivaldos primeiros!”

Vamos comemorar que deste naufrágio a família se salvou! (ao contrário do ano passado, aliás!). Eu mantive a meta de deixar os “alemães” não passarem a ponte e selei o pacto de Varsóvia com o MI Coelho. Vivaldão descontou a derrota do ano passado para o MF Sega (provavelmente as aulas de Play 3 que o Vivaldão teve com o primo Fernando Arrais fizeram toda a diferença). Contudo, Felipe não acertou contra 8. Da4 do MI Ovelha e o Frare acabou se animando no ataque contra o Campello (dado curioso: depois da Najdorf Campello jogou 6.Tg1 e teve um pessoal – inclusive nós da equipe – que ficamos procurando, durante uns 30 segundos, qual teria sido o lance do Branco. E quase achamos que o Frare não tinha apertado o relógio!).

Bem, ou mal, em suma: perdemos... Aliás, não resisto: seria demais dizer que Santos montou um “ataque” animal nos primeiros tabuleiros?!

3° RodadaOs outros

1 ATC 2 0 .5 x 3.5 Pinheiros A
2 Circulo Militar "A" 2.5 x 1.5 Aramaçan A
3 CXS A 4.0 x 0.0 Iniciantes
4 CXS B 1.5 x 2.5 Clube de Xadrez de Matão

Flávio Prol Medeiro 0.5 x 0.5 L. Vivaldo
Felipe El Debs 1 x 0 Giulliano Cunico
P. Bartkus 0.5 x 0.5 F. Vivaldo
F. Frare 0.5 x Domingo Razões

Fazer uma continuação é sempre um perigo. Nesse caso, saímos de um naufrágio nas praias de Santos e quase embarcamos num navio fantasma... O Ryan continuava lá na frente – correndo, tomando tiro e escapando: no final o empate com o filho do presidente, o Flávio, foi justo. Felipe ganhou bem do Cunico e Vivaldão e Frare selaram a paz – Vivaldão estava empatado e o adversário do Frare tinha lá suas razões...

4° Rodada – Inimigo íntimo

1 Pinheiros A 1.5 x 2.5 Clube de Xadrez de Matão
2 Iniciantes 0.0 x 4.0 CXS B
3 Aramaçan A 2.0 x 2.0 CXS A
4 ATC 2 0.0 x 4.0 Círculo Militar "A"

Tanto tiro, tanta bomba, uma hora sobra para o Ryan. Depois de ficar desfilando na frente tomei um balaço na fuça e fui cair do outro lado da Ponte do Rio Kwai – E tem coisas que a gente nunca aprende: assim como o ano passado cai no papo do Felipe e joguei uma abertura por sugestão dele. Mas dessa vez nem foi tanta culpa da abertura: foi culpa do Herman mesmo (e também minha, claro); Felipe ganhou de Schuett, apesar de ter pendurado um peão no meio da partida – nenhum dos dois viu; Vivaldão, depois de fazer muita besteira em uma posição quase ganha, ficou perdido, mas mais uma vez uso de suas poções mágicas e escapou das praias da Normandia sem um arranhão – mas também não matou ninguém: tablas; Neb ganhou, firme, de Eduardo Batista.

5° RodadaQuem quer ser um milionário?!

1 Circulo Militar "A" 2.5 x 1.5 Pinheiros A
2 CXS A 4.0 x 0.0 ATC 2
3 CXS B 0.0 x 4.0 Aramaçan A
4 Clube de Xadrez de Matão 3.5 x 0.5 Iniciantes

L. Vivaldo 0.5 x 0.5 Paulo D. Leal
Thiago de Souza 0 x 1 Felipe El Debs
Fernando Vivaldo 1 x 0 Natasha Camargo
Fernando Frare WO

Demonstrando que eu entendia tanto do Ataque Inglês quanto Wilson Churchill entendia de carnaval, depois de algumas propostas de empate por parte de meu adversário acabei aceitando quando comecei a desconfiar que eu estivesse perdido; A equipe ganhou bem – e o Neb de WO.

No almoço, para tentar esfriar a cabeça, resolvemos entrar em uma livraria.
Depois de muito olhar acabei encontrando uma edição de bolso, muito simpática, de um dos contos que mais gosto: A morte de Ivan Illitch, de Tostói. Era uma edição de bolso, dessas que se compra na banca de jornais, e continha a seguinte descrição:

• Mais conhecido por seus romances mais longos, como "Guerra e Paz" e "Anna Karenina", o Conde Tolstoi mostra ser um mestre também na novela curta. Através da história de um burocrata medíocre, Tolstoi nos leva a explorar os recônditos da alma de todo ser humano.
• Editora: L&PM
• Autor: LEON TOLSTOI
• ISBN: 8525406007
• Origem: Nacional
• Ano: 1997
• Edição: 1
• Número de páginas: 99
• Acabamento: Brochura
• Formato: Pequeno

O preço médio do livro é R$ 10, 00. Mas, como eu estava em PINHEIROS, subiu um pouquinho: R$ 27, 00!!! (eu falei para todo mundo que foi vinte de tanta vergonha que fiquei! Apenas agora estou revelando o valor real! R$ 27, 00!!! R$ 27, 00!!! ). Fiquei tão atordoado quando a vendedora me falou do preço que, atônico, paguei o livro!!! PAGUEI!!! R$ 27, 00!!! R$ 27, 00!!!
Antes da próxima rodada, cada vez que olhava para o livro, tinha vontade de sair chutando tudo ali. Solução: dei o livro de presente para o El Debs.

R$ 27, 00!!!

6° Rodada300

1 Pinheiros A 4.0 x 0.0 Iniciantes
2 Aramaçan A 1.5 x 2.5 Clube de Xadrez de Matão
3 ATC 2 2.0 x 2.0 CXS B
4 Circulo Militar "A" 0.5x 3.5 CXS A

Edson Tsuboi 0.5 x 0.5 L. Vivaldo
Felipe El Debs
0.5 x 0.5 Mauro Guimarães de Souza
Sadi Dumont 1 x 0 F. Vivaldo
Fernando Frare 1 x 0 Edson Rodrigo da Silva

Ainda que já praticamente impossível alcançar o time de Santos, continuávamos resistindo firmes, e não tão fortes, na batalha. Dessa vez, a equipe que estava mais perto de nós: Aramaçan A – traduzindo: Santo André, em aramaico meridional arcaico. E a coisa foi dura... El Debs ganhou e Frare também. Vivaldão deixou escapar uma partida completamente ganha e eu, depois de altos e baixos, e altos, baixos, e altos de novo – e jogando com praticamente mais ninguém no salão – acabei empatando (a posição repetiu três vezes e eu não havia reparado).

7° Rodada Último tango em Paris

1 CXS A 2.0:2.0 Pinheiros A
2 CXS B 3.5: .5 Circulo Militar "A"
3 Clube de Xadrez de Matão 3.0:1.0 ATC 2
4 Iniciantes 0.0:4.0 Aramaçan A

L. Vivaldo 1 x 0 Victor Li
Celso Gutierrez 0 x 1 Felipe El Debs
F. Vivaldo 0 x 1 Rafael Casagrande
Giovanni Costa 0 X 1 Fernando Frare

Chegamos aqui com a necessidade de ganharmos de 4 a zero para ficarmos em segundo. E, para mudar um pouco as coisas, não ganhamos e ficamos em terceiro. Aliás, lembrei só recentemente que a long, long time a go, num Aberto do Interior na cidade de Itápolis, aonde conheci o, na época, talentoso Felipe El Debs – que na época era apenas, para mim, “um gordinho chato e mala” – eu também perdi para o senhor Rafael Casagrande. Portanto, se cuida rapaz: o dia que eu e meu irmão te encontrar na rua, você está perdido (tenho que dizer que é brincadeira ou não tem problema manter o suspense? Hitcock?! O que me diz?!).

Bem, o que dizer? Dançamos o Último Tango em Paris sem direito a manteiga (ou margarina – depende do gosto do freguês... Ou do Marlon Brando).

Segue, abaixo, bonitas tabelas e a única foto que tiramos – aliás, a única foto que quem tirou foi o mestre Herman para gente.

(todas as fotos e tabelas serão colocadas em momento oportuno)

Um comentário:

Centro Cultural Recreativo XIII de agosto disse...

Confesso que nao achei estar ganho,imaginei estar igual ,mas como o Fritz mostra,faltou coragem e tbém um pouco de talento.