sexta-feira, 21 de março de 2008

Matão Again! Campeonato Paulista Inter Clubes 2008 (Parte I)

Agradecimentos

Tentei reunir em dois pequenos post´s o que (por mérito!) deveria ser resumido em vários. Qualquer pessoa que esteja familiarizada com a trupe Matonense -ou não- notará não só meu débito para com alguns personagens -na definição mais abrangente do termo Personagens-, como também excessivas simplificações e omissões (devido ao tempo e, por que não?, pela preguiça desde que vos fala).

(Foto: Da esquerda para a direita: Ringo Deb´star, Paul McCartoaldo, George Frarisson, Jonh Lennoaldo. Nota: McCartoaldo descalço e com um carro em sua direção. Por fim: não estamos de mãos dadas! Foto by Tekinho).

A fim de colher matéria de primeira mão, deixo meu carinho para com meu irmão (a rima não foi- e não será- proposital), Vivaldão, que rouba tempo á suas atividades, e a outros encargos, para jogar xadrez conosco... Além de não cansar de me mandar trabalhos, e mais trabalhos, para impossibilitar, assim, qualquer outra atividade minha que não a de “mero artesão domesticador de verbos”- que cousa triste! Demorei em postar?! Sim, mas a culpa é dele! “Proletários do Mundo: uni-vos e multiplicai-vos!” (Marx, Cap. IX, Versículo III).

Deixo um abraço para Tekinho, amigo, advogado e fotógrafo; a Laís Pimentel, companheira de conversas; Rafael Pimentel, Sigrist, comentarista -genial- e profeta; Alan Reis, Aron Antunes Correa; Carlos Alberto Zen Sega; Leandro Campello; Herman Claudius Van Riemsdijk, pela sabedoria; Christian Van Riemsdijk, o QUINTO ELEMENTO; Filipe Guerra, apesar de estar sumido; Eduardo Gerbelli, pela piada última; Cassius Ricardo, o Cassião, pela loucura completa e total; a Mauro Amaral, pelo carisma e sex appeal; a Modesto, por ser um cara Humilde; a Druce Dickinson; a Vicky, cachorra do Vivaldão, devido o carinho e afago- sempre na minha cama; a Arthur, cachorro do Vivaldão, por não estar no apartamento; a todos os enxadristas e amigos que estiveram no torneio e, não poderia esquecer, a TV a cabo do Vivaldão, que tanto prazer nos proporcionou.

Sou muito grato a Felipe de Cresce El Debs, grande amigo e companheiro de equipe, que sempre têm palavras carinhosas do tipo “(Anônimo disse) Atualiza morfético!” para me incentivar a continuar esse trabalho (trabalho?!) e Fernando César “Nebóncio” Frare que com tanto testosterona e bom senso agracia nosso time. Não poderia esquecer também Jayme Gimenes, o Jayminho, que apesar de não ter comparecido, não deixou de contribuir, com suas rápidas passagens pelo Skype, para o bom humor da equipe.

Desejaria agradecer, sobretudo, a Mário Silas Biava, sem cuja paciência e existência, nenhum de nós da equipe Matonense estaríamos aqui - ou alhures. “É nóis”!

Matão, 2008

1° Final de Semana- 2 Minutes To Midnight

Mais uma vez a orda Matonense enrrompe as esterpes, as campinas (e, por que não dizer, a própria Campinas)por dentro da força beligerante do asfalto cru em direção da cidade (e da poesia concreta) de São Paulo!

Entramos no terreno Paulista na noite de Sexta para Sábado (eu, Frare e Vivaldão. Sim, Vivaldão! Vivaldovaldovaldopresençumomnionibusnostreest! Tradução: Vivaldo+valdo+valdo = dois radicais para as mesmas palavras -para aumentar o poder da invocação. Presençumomni = Presença por completo. Onibusnostreest = no ônibus nosso).


Chegamos faltando poucos minutos para a meia-noite...

E que bela surpresa! Quanto tempo fazia que eu não me exuberava com a degladiação da imagem noturna do rio Tietê! O óleo que resplandecia a luz da lua minguante em um delirante plisma de cores: bonito! Os infinitos fogos-fátuos que se erguiam solenes a beirada do rio nutrido da falange de dejetos e materiais putreformicos! Os sofás velhos boiando, dando um toque de Morte em Veneza, que nem um Tomas Mann ousaria denunciar! É realmente um crime a falta de uma foto para melhor compreensão, mas acredito que nenhuma máquina poderia captar tal colosso da natureza... São Paulo! Minha terra natal!

Chegados e acomodados no lar do “Véio Zizo”, descansamos.

Ao outro dia, custou-nos buscar Pelúcius no metrô (teorias sobre uma possível nomeação de Frare como Papa, sobre a alcunha de Nebôncio 7 -sEEEte-, não faltaram). Por algum motivo Pelúcius, falando conosco pelo celular, parecia bravo e não conseguia se comunicar (não que ele consiga sempre, mas, bem, enfim...). Logo que chegamos ao Metrô República entendemos o motivo: Felipe tinha ficado ouvindo o som de uma orquestra de britadeiras, e afins, cerca de 40 minutos. Vai gostar de som pesado assim lá longe!

Chegando ao local de jogos do primeiro final de semana, o Clube Hebraica, tomamos o maior cuidado para esconder Pelúcios EL DEBS, para evitar, assim, uma Jihad sem necessidades. Corrido os cumprimentos, iniciaríamos nosso torneio contra a equipe do clube Paulistano A.

(obs: Desde ponto, em diante, vale o destaque de dois adendos:

- A visão dos match´s serão feitas, de certo modo, pela percepção que tive antes, durante e depois, de minhas partidas. Ou, quem sabe, por qualquer outra coisa que o valha. Ou seja: tende a ser problemática no quesito enxadrístico, mas vasto no quesito humano;

- Assim como postagens anteriores, é de suma pertinência o material visual subsequente aos match´s. O relato ali só tenta retraduzir um, ou mais aspectos, que estão condensados de maneira sublime nas fotos: SÃO ELAS O MATERIAL PRINCIPAL- Por fim, para total entendimento dos subtítulos dos match´s, ouçam Iron Maiden).


1° Rodada (01/03/08)

C.X. Matão X Paulistano ABe quick or be Dead

Iniciado o match, e consequentemente nossa campanha, a equipe matonense, que tinha de ínicio o único e exclusivo plano de NÃO cair para a Série B, fora escalada com:

Tabuleiro 1 (ou, "primeila laquete"- antiga piada do Tênis de Mesa Matonense, incorporada a Long long time a go por nós): Vivaldinho, mais uma vez, o Cordeiro de Deus na Cruz (“Meu Pai, se não for possível afastar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade, e não minha”).
Tabuleiro 2: Vivaldão, o João, o mais próximo de Cristo (Está bem, o mais querido também...).
Tabuleiro 3: Felipe, o Pedro (“Pedro, tu és pedra e sobre ti erguerei minha igreja”). Nosso menino de ouro.
Tabuleiro 4: Frare, o Mateus (Coletor de impostos- e de pontos).

Demostrada a escalação desta maneira, espero ter conseguido passar a contagiante alegria em ter sido escalado no primeiro tabuleiro. Em fim, vamos ao match, que tinha A Família encabeçando a linha de frente (e, consequentemente, a de tiro).
Ainda que tenhamos enfrentado a equipe teoricamente mais fraca (que apesar de ser rebaixada, arrancou pontos de muita gente), conseguimos não “desaprumar”e jogar bem e vencer bem: 4 x 0 (que não consta na foto do placar).

Neb provou, novamente, profundo conhecimento sobre o modo operandis de defesa contra o Ataque Gran Prix. Para não causar a comoção (e a estafe mental da equipe) nunca perguntamos se ele já viu a partida que o Anand jogou contra seu querido Gelfand, na mesmíssima linha, e tratorou as negras. Bem, enfim, isso tem um nome: (vai ter fé assim lá casa do caramba!). Vivaldão e Felipe jogaram deverás solidos e venceram convincentemente. Minha partida teve autos e baixos. Por sorte, os últimos baixos não foram meus.

Terminada a rodada, e para a nossa surpresa, liderávamos! Todos os match´s tinham terminados empatados. Nota para o empate entre Pinheiros e São Bernardo, com destaque para a vitória do MI Herman Claudius sobre o GM Gilberto Milos, no tabuleiro 1. Segue a partida:

Herman Claudis Van Riemsdijk X Gilberto Milos Júnior


1. e4 ...



1-0

2° Rodada (01/03/08)

C.X. Matão X Pinheiros ACan I Play With Madness


Match curioso. Do outro lado do tabuleiro dois “ex-Matonenses”: Herman Claudius e Aron Antunes Correa. Nas partidas, também algumas observações interessantes:No primeiro tabuleiro, contra o Mestre Herman, mostrei para que eu fui: Nada,evidentemente, ou quase nada. Quem teria ficado mais bravo: Eu por ter jogado uma partida horrorosa daquela ou ele por ter perdido um Sábado bonito como aquele só para ter ganho de mim?! C'est la vie... (e nem vou reclamar dos conselhos de abertura do Felipe, que sugeriu que eu jogasse peão dama, pois o croqui que ele levou do mestre Herman devido a isso, já quitou a dívida. E foi forte! Não, não se pode jogar contra a loucura...).

Curiosidade: Somando as derrotas do Frare, do Felipe, do Vivaldo e, agora, uma minha, o mestre Herman deve ter uns 18 a zero contra a equipe. Acredito que se o time de Pinheiros tivesse escalado o Mestre nos quatro tabuleiros, a história poderia ser bem outra...

Vivaldão empatou com Aron que apesar de aparentemente estar afastado dos torneios, ainda joga um xadrez muito competitivo e dinâmico! Além de contar ótimas histórias... Felipe venceu bem Schutt (Não parece nome de tenista? Dizem que joga... E muito bem!).

A jóia do match foi a partida entre os amigos Frare e Vinícius Riemsdijk (vocês não têm noção como dá trabalho escrever esse sobrenome! Toda vez eu tenho que procurar em algum lugar...). Nas palavras do próprio Frare: “a bola rolou de pé em pé!”. Mestre Herman, também contribuiu com uma observação: “A abertura foi meio Pop, não?!”. Em fim, não estávamos entendemos muito bem o que tinha acontecido, mas permanecíamos satisfeitos. E lá se foi o primeiro dia...

(A noite, na casa do Vivaldão, era espantoso ver TODOS da equipe de Samba-Canção vendo TV- Desta vez é importante, para a sanidade dos leitores, a falta de uma foto para registrar o fato).

3° Rodada (02/03/08)

C.X. Matão X Aramaçan - Fear Of The Dark


Este match deflagrou duas preocupações que estavam me acompanhando junto ao torneio: o que jogar de negras contra d4 e como ir para o Show do Iron Maiden. A primeira inquietação foi resolvida logo, pois o MI Ovelha jogou e4 (o que, por sua vez, também não deixou de trazer problema- aliás, no primeiro tabuleiro, o que não traria problemas?!). Até não foi tão ruim, mas continuei seguindo nos açoites. Era olhar para frente e ver um bando de urubus de mais ou menos 2300 (pra mais) me rondando... “Perdoai, Ó, Pai!”. (nota: neste dia joguei com a camisa de São Carlos “O xadrez é como a vida: você perde!” Homenagem!).

Vivaldão, com a teoria ao seu lado, empatou com o MI Mauro de Souza e Frare ganhou (depois de algumas peripécias) de Edson Rodrigo. Felipe Venceu bem o samurai MI Edson Tsuboy depois de alguns sustos (na verdade, eu que não tinha entendido muito o quê estava acontecendo). Quem diria? Estávamos jogando pras cabeças! Destaque para o empate do MF Chow Man Yee com o GM Gilberto Milos. Dois Show Man, Yes!

4° Rodada (02/03/08)

C.X.Matão X Círculo Militar
- Fortunes for War



Esse match preocupava principalmente os irmãos Vivaldo. Chow Man Yee e Orlando Lee, os fúrias d´oriente, estavam jogando bem e batendo em todo mundo! Mas Orlando Lee acabou não jogando o que, teoricamente, ajudou um pouco a nós.

No match em sim, como nem só de empates com GM´s vive um homem, o MF Chom Man Yee acabou cedendo o empate e alivando, assim, um pouco o peso da minha cruz. O Luciano Maia não gostou muito...

Vivaldão e Frare ganharam bem de Capuano e Nagashima, respectivamente. Detalhe para a partida do Vivaldão, pois não foi ele quem ficou apurado no tempo. Um fato raro.
Mas, nem tudo é um mar de rosas (hoje acordei meio clichê. Já deve ser o décimo neste post). Pelúcius, o Pedro (que perdeu para Del Bosco) não ouviu Vivaldinho, o Cordeiro de Deus, que disse que aquela abertura era horrorosa. Pedro, digo, Felipe, negou Vivaldinho e sua teoria por três vezes... O que aconteceu depois?! Bem, o resto é história...

Assim terminou o primeiro final de semana. Ou quase. Enquanto ia cada um para o seu lado, mantive meu posto em São Paulo por mais um dia:

-Ingresso do Show (Pista, em pé)......R$ 130,00
-Metrô (ida e volta).......................... R$ 4,20
-Táxi (chuva até o parque!)............... R$ 8,00
-Camiseta do Show.......................... R$ 20,00
-UMA latinha de cerveja................... R$ 5,00 (PQP!)
-Assistir, ao vivo, a primeira banda de Heavy Metal que aprendi a ouvir, fazer amizade com um bando de velhos rockeiros, tomar chuva e quase ser assaltado por trombadinhas: NÃO TEM PREÇO!














(Informação não requisitava: foto do bolso do Vivaldinho, depois da revista na porta do Clube Hebraica).


(EU FUI!)


(To Be Continued)

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