terça-feira, 27 de maio de 2008

Festival Santista de Xadrez- Mário Covas, 8° Rodada

Duas horas da manhã do dia 25 de Maio de 2008.

A última rodada do Internacional Mário Covas começa exatamente daqui a oito horas.
Escrevo este post ainda no calor do dia anterior, 24 de Maio. Estou cansado e com muito sono.

Contudo, uma Força ainda me demove a apatia que poderia tomar conta de meu esqueleto esquálido, e já um tanto torto, e faz com que eu erga em riste “a pena” e contorne mais uma vez a “folha” com este meu verbo gasto, e tantas vezes corrompido, pelo doloroso choque gerado pelo “lutar com as palavras”. Contudo: “lutamos/mal rompe a manhã”. Seguindo esta regra a risca, cá estou...

E falta-me, principalmente hoje, talvez, as palavras e as lembranças precisas sobre o memorável (paradoxal, hein?!) dia 24 de maio de 2008. Mas, quem sabe, talvez seja melhor assim: o que a história esquecer a lenda se ocupará em lembrar. Bem, vamos lá. O dia começou como outro qualquer. Talvez, a única diferença tenha ocorrido no fato que consegui acordar mais cedo e tomar o café da manhã. Sigrist, Salama (aliás, aniversariante do dia!) e Felipe. Diego, provavelmente tentando escapar da discussão da noite anterior, se isolou em uma mesa 200 metros da nossa. Mas logo ele retornou...

Feito o café da manhã, em seguida, o pessoal da arbitragem começou a preparar um outro salão de jogos para realizar a nona etapa do circuito 21` da Federação Paulista. Vale lembrar a observação do Sigrist:

- “É preciso, na organização das mesas do torneio, manter a salutar ergonomia (ou ergonometria) de suas disposições”.

E terminada essa tarefa, nada de almoçar esfiras dessa vez: uma comida rápida, e leve, no Shopping, e logo já estávamos (eu e o Felipe) de volta ao hotel: eu para começar a agilizar o 21´ minutos e ele para tentar preparar alguma coisa para sua partida com o GM Gilberto Millos e, na medida do possível, descansar (ou assistir o Chaves junto com o Mestre Herman, como aconteceu algumas vezes).

E essa foi à última vez que vi Felipe antes da penúltima rodada do Internacional Mário Covas (pois, como já disse, fiquei ajudando no 21 minutos que estava acontecendo no mesmo Hotel Atlântico - e não Nacional, como eu andei escrevendo. Desculpem. É o costume). Enquanto fiquei lá, no 21´, e mais uma vez com um belo ar condicionado na cara, vez o outra abria o visor de partidas ao vivo dos Internacionais e olhava o que estava acontecendo (além de encher a paciência do Sigrist no msn perguntando). Consegui até, algumas vezes, escapar e ir ao salão dos Internacionais e dar uma olhada na partida do Felipe. A primeira impressão que tive foi que o Felipe teria tomado um pequeno drible na abertura, mas nada demais. Depois, percebi que a posição estava ficando inferior e, por fim, a última coisa que me consigo lembrar sobre a partida em si, é de ter olhado para o belo cavalo instalado comodamente em a8 (!) e pensar “Que Bonito”...

“Haaaaaaja Coração!”

E assim o tempo foi passando... Aos poucos as partidas dos internacionais foram terminando e cada mestre que subia para ver o 21 eu perguntava como estava o MF El Debs. A opinião era geral: O Felipe estava inferior. Eis que, de repente, “Não mais que de repente”, irrompe o salão do 21´o já famoso Christian van Riemsdijk, conhecido aqui em Matão como Quinto Elemento, e branda aos quatro ventos (não só respondendo o que vocês já devem ter imaginado o que eu perguntei, mas praticamente anunciando para todos os presentes): o FELIPE EMPATOU. É aqui que termina a história e começa a lenda:

FELIPE DE CRESCE EL DEBS (nome científico Maestrum Maximmuns Pelúcius) É (finalmente! PQP!) O MAIS NOVO (e mais peludo) MESTRE INTERNACIONAL DO BRASIL!

Depois de uma longa luta Em Busca da Norma Perdida (pois essa seria a “quarta” norma senão tivesse ocorrido um problema com seu primeiro filme, digo, norma) e passar por um verdadeiro Templo da Perdição (pois várias outras oportunidades escaparam) nosso amigo Felipe finalmente chegou, em sua Última Cruzada, e arrematou o Reino da Titulação Internacional. Sim! Mais um MI! É o Felipe! É de Matão! E é do Brasil!

O Salão todo do 21´, anteriormente estremecido, logo retornou para o seu costumas “zunzunzun” na espera de mais uma rodada. E aos poucos, antes do inicio da rodada, o que em princípio foi recebido com até certo descaso, ou incompreensão, foi se espalhando e tomando vida própria. No final das contas, estávamos pedindo para os jogadores sentarem (e implicitamente parassem de comentar sobre o mais novo “MI do Brasil”). Nesse meio tempo eu tentei procurar o Felipe, mas não encontrei. Será que ele teria ido pular no mar?! Confesso que cheguei até em ficar preocupado, mas logo depois desencanei: Ele sabia nadar.

No finalzinho do 21´, sorrateiramente, Felipe apareceu. A conversa que tive com ele foi rápida e altamente significativa:

“- ... (silêncio. Mantive a seriedade que o ambiente exigia. Ainda havia partidas!)
- Eu também não entendi direito o que aconteceu (e precisa dizer mais alguma coisa?).
- É nóis! (precisa!)."


Terminada as rodadas nos internacionais, e do torneio 21´ (que teve Perdomo campeã e Martinez em segundo), e agraciando o MI Felipe pela última norma (PQP! FINALMENTE! – nunca é demais lembrar) reunimos uma galera para um bom jantar em um dos restaurantes BA-RA-TOS (como saliente o Christian, não sei por que) que existem ali perto do hotel Atlântico. Christian, Patrícia (recém chegada), Herman, Sigrist, Salama, Felipe, Diego e eu.

A missão estava cumprida. E agora?

8ª Rodada/Ronda/Round - 24/05/2008

Rafael Leitão 0,5 X 0,5 Oswaldo Zambrana
Krikor Mekhitarian 0,5 X 0,5 Mauricio Flores Rios
Luis Coelho 0 X 1 Dan Cramling
Jose Cubas 0 X 1 Sandro Mareco
Gilberto Milos 0,5 X 0,5 Felipe El Debs

Um comentário:

Anônimo disse...

EXCELENTE VIVALDO

VALEU

AGORA ESPERO QUE VC ENCERRE A COBERTURA COM CHAVE DE OURO, FALANDO DA DERRADEIRA RODADA, E DO FELIPE JOGANDO, SEM QUERER EMPATAR, COM GM LEITÃO

UM GRANDE ABRAÇO

ROBERTO/SOROCABA